segunda-feira, 17 de março de 2008

SANTANA LOPES NOS DESCONTOS…

A política, nos últimos anos em Portugal, não tem nada de surpreendente.

Tem sido até muito previsível, e tirando: a fuga do pântano do Guterres, antes que os crocodilos o comessem. A fuga, logo praticamente em seguida, do Barroso, atrás do tacho da Comissão Européia, por sentir que já não dominava mais “porra” nenhuma do Portugal que ele tinha imaginado. Um Portugal que ele, o Barroso, tinha sonhado á imagem de uma simples (RGA) reunião geral de alunos da faculdade, nos tempos históricos do MRPP. Ou o seu companheiro de aventura o Portas, tinha idealizado como uma casinha de bonecas, instalada no Forte de São Julião da Barra, com vistas para os submarinos comprados a conta gotas, e com o Barroso á porta do terraço; onde o António caiu da cadeira, e perdeu as botas, e o PP a lançar beijinhos da janela, nada mais nos conseguiu verdadeiramente surpreender na política nacional.

Nem mesmo o caso do antigo Ministro, do governo do pântano, que alegadamente gosta de rapazinhos, nos pode deixar espantados, pois já antes alguns ilustres gostavam de uns; “Bailados Rosa”, e não veio daí mal ao mundo, e ninguém morreu por causa disso, muito pelo contrário; alguém gozou muito, e Portugal é mesmo um País de gozos, e de orgasmos com ou sem ejaculação...

Portugal é um País de gozos secos!

Veja-se o caso atual de Santana Lopes:

Santana Lopes foi corrido, por indecente e má figura, pelo então Presidente da Republica, Jorge Sampaio, após ter ocupado o cargo de Primeiro Ministro, que lhe caiu do céu, sem ter recebido, um único voto do eleitorado, uma vez que nem sequer Deputado da Nação era.

Naquela legislatura Santana não foi candidato a coisa nenhuma, e Lisboa, embora seja a capital, por muito que o queiram, não é Portugal e o resto do País paisagem, para que um Alcaide se possa transformar, da água para o vinho, em Primeiro Ministro, sem merecer o voto popular. E diga-se que o mesmo homem que o correu, foi capaz de provar que com o voto popular se pode passar do largo do município, para o Palácio de Belém, mas não por mera nomeação, e sim com toda a legitimidade.

Mas eu continuo a achar que só foi corrido porque o seu (des)governo mais parecia uma matine constante do Circo Cardinali, onde nem faltavam atrações diversas e de onde constavam palhaços, ursos, leões e até ilusionistas, para além das indispensáveis bailarinas voadoras originárias da sucursal política do Largo do Caldas, os artistas do CDS/PP.

Foi corrido pelo mesmo homem, da Capela do Rato, que o aceitou nomear para o lugar de Primeiro Ministro sem o mínimo de legitimidade popular, para ocupar o cargo, porque por um lado não gostava de contrariar, um Sportinguista, e por outro sabia perfeitamente que o PS, o seu Partido maternal, e que poderia, e tinha condições para ocupar o poder naquele momento, caso tivesse optado por eleições antecipadas, como alias deveria ter feito, estava pejado de rabos de palha, e de muito mais do que indícios de pedofilia, etc...

Agora, Santana Lopes, ocupa o seu lugar de Deputado no Parlamento Nacional, eleito com total legitimidade, e até exerce as funções partidárias de líder parlamentar do seu Partido, depois do vendaval das diretas das gentes do Norte, contra o Sul elitista...

Digo eu que; Santana estava moribundo politicamente, mas o gênio cacique de Luis Filipe Menezes, resolveu dar-lhe novamente vida, e ligou-o á maquina, graças ás águas cristalinas e sem Estação de Tratamento de Águas Residuais da Foz do Douro, deu-lhe oxigênio, proporcionando-lhe alguma vida política, visibilidade nacional e obviamente poder.

Vai daí, o que vai acontecer a médio prazo?

Graças a essas águas cristalinas, e sem necessidade de tratamento, estamos a assistir desde já á chamada ‘MENESANTALANDIA’ que mais não é do que a em bom português, conhecida por ‘MERDALANDIA’ da política de oposição em Portugal, que embora tenha cor, cheiro e até algum sabor, não passa na verdade de um conjunto de dejetos divisíveis, lançados em plena atmosfera que; não produzem nada de orgânico, e utilizável no presente, e muito menos no futuro.

Portanto este produto final adubo, não é! E se adubo não é, só pode ser uma coisa: é uma grande CAGADA, que por outras palavras em termos escatológicos se designa por GRANDE MERDA política!

Tal como na historia da cria e do criador. Tal como no famoso conto de terror, a cria vai libertar-se da mesa de ensaios do Parlamento, e acabar por atacar e matar o criador que esta; tranqüilo e descansado a desenhar novos projetos lá no laboratório da São Caetano á Lapa.

Os ataques já começaram através do pódio do parlamento, e vão acabar no interior do próprio Partido.

Os últimos acontecimentos internos, com relação a acordos, regulamentos, quotas, etc, não são de forma alguma inocentes, e tem como objetivo central, desde já a preparação do terreno para a luta interna, tentando ainda poder jogar em 2009, com outro candidato, que não o licenciado em medicina de Vila Nova de Gaia, mas quem sabe talvez um licenciado em outra coisa qualquer, nomeadamente em política profissional, e que não sabe fazer mais nada na vida, e que de preferência seja Sulista, Elitista, e que conhece bem os cantos á casa..., e que o mais que conseguiu conhecer nas estradas, rumo ao Norte foi conhecer a Figueira da Foz... claro que não estou a falar do Aníbal, esse esta tranqüilo em São Bento, e já não tem carro para fazer rodagem mais a Maria.

Por agora, a cria é outra, faz uma pose de estadista, algo distante, e não belicosa, para não entrar em choque direto com o líder, nem cortar relações com a oposição interna, os chamados notáveis, que vão cozinhando a chamada vingança do’ Chinês’, diria eu a vingança do Mendes...

E nisso Vasco Pulido Valente tem toda a razão, o PPD/PSD mais parece a caverna do Ali Baba, e dos 40 companheiros, onde todo o mundo se confronta para poder ficar uma peça do tesouro. O País não necessita de um grupo de malfeitores, o que realmente Portugal necessita é de gente nova, com novas idéias e que viva fora da caverna do Ali Baba, e dos outros bandos que por ai andam a saquear...

Quando chegar o momento próprio, o agora distante e tranqüilo líder parlamentar, vai então dar o salto para o lado dos notáveis, e então atacar e matar politicamente o seu mais recente re-criador.

Nessa altura, como bom e astuto jogador, vai-se colocar á disposição do povo laranja para ser o indicado a candidato dos candidatos, porém só o vai fazer aos 45 minutos do segundo tempo, um pouquinho antes do arbitro indicar o tempo de descontos, diria mesmo eu; já nos acréscimos finais...

Vai alegar para esse desiderato que tem sido ele a verdadeira oposição, que ele é quem tem comandado o combate a Sócrates, que ele é que tem sido a imagem real do Partido para o País, que ele é realmente o verdadeiro salvador da pátria, o Dom Sebastião, ou melhor o Dom Santana, que surgirá numa manhã de nevoeiro, lá para as bandas das pastelarias da Lapa, e claro que ele até já tem experiência governativa, e que comandar os destinos de uma Câmara pejada de divida não é o mesmo que comandar o País, e mais um sem numero de argumentos, que vão ser repetidos até á exaustão, pelos amigos do costume; o Rui Gomes, o Luis Delgado, o Pedro Pinto, etc, etc, etc...

Luis Filipe Menezes é assim um jogador a prazo. Um jogador que sabe que mais cedo ou mais tarde regressa ao banco de reservas, para ser substituído pelo jogador de top da equipa...

Aliás, será que ninguém ainda reparou que quem criou verdadeiramente Luis Filipe Menezes, foi a própria cria; Pedro Santana Lopes. Ele é, digo eu; sempre foi realmente um jogador/treinador, feito á imagem de um qualquer Romário no Vasco da Gama do Rio de Janeiro, que tanto entra no relvado, para bater umas bolas, como grita da bancada para a rapaziada não destruir a relva nem rebentar a bola!...

Esta é uma jogada muito boa, para deixar correr algum tempo, tentar cair no esquecimento, e regressar de novo, agora com um novo formato, mais tipo Lord Inglês...

Como sempre têm acontecido, as gentes do PPD/PSD, adoram mitos, amam o antigo, idolatram aquilo que pode ser retirado das vitrines da história do Partido, e que lhes dá garantias de poder ter de novo vida.

Bastará um bom par de intervenções, relembrando Francisco Sá Carneiro, para que Santana volte a poder surgir nas festas da espuma e nos cruzeiros das revistas do glamour, poder beijar feirantes, abraçar as velhinhas, e passear e posar com criancinhas ao colo como o Messias prometido da social democracia, que de social e de democracia, ideologicamente, já nada tem.

Regressar agora, a médio prazo, com a legitimidade que antes não tinha, e com a credibilidade que mesmo assim nunca conseguirá ter...

Eis o grande projeto de Pedro Santana Lopes, o imortal rebenta corações do PPD/PSD, mas alguém que não vai conseguir resolver os problemas da oposição e muito menos os de Portugal.

No entanto, preparem os lencinhos, pois ele está de volta, que nem Marco Paulo, para cantar aos seus amores..., mas mais parecendo na realidade os Xutos e Pontapés, lá com aquela dos ‘Contentores adeus aos meus amores que’...

‘João Massapina’

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