domingo, 30 de janeiro de 2011

Matemática do pedinte.....

Preste atenção nesta interessante pesquisa de um estagiário de Matemática :
Um sinal de trânsito muda de estado em média a cada 30 segundos trinta  segundos no vermelho e trinta no verde). Então, a cada minuto um mendigo tem 30 segundos para facturar pelo menos € 0,10, o que numa hora dará: 60 x 0,10 = € 6,00.
Se ele trabalhar 8 horas por dia, 25 dias por mês, num mês terá facturado :
 25 x 8 x 6 = € 1.200,00. Será que isso é uma conta maluca ?
Bom, 6 euros por hora é uma conta bastante razoável para quem está no sinal, uma vez que, quem dôa nunca dá somente 10 cêntimos e sim 20, 50 e às vezes  até 1,00.
Mas, tudo bem, se ele facturar a metade: € 3,00 por hora terá € 600,00 no  final do mês, que é o salário de um estagiário com carga de 35 horas semanais ou 7 horas por dia.
Ainda assim, quando ele consegue uma moeda de € 1,00 (o que não é raro), ele pode descansar tranquilo debaixo de uma árvore por mais 9 mudanças do sinal de trânsito, sem nenhum chefe para 'encher o saco' por causa disto .
Mas considerando que é apenas teoria, vamos ao mundo real.
De posse destes dados fui entrevistar uma mulher que pede esmolas, e que sempre vejo trocar seus rendimentos na padaria. Então perguntei-lhe quanto ela facturava por dia. Imaginem o que ela respondeu ?
É isso mesmo, de 35 a 40 euros em média o que dá (25 dias por mês) x 35 = 875 ou 25 x 40 = 1000, então na média € 937,50 e ela disse que não mendiga 8 horas por dia .
    Moral da História :
É melhor ser pedinte do que ter emprego...!
Esforce-se como mendigo e ganhe mais !
Estude a vida toda e peça esmolas; é mais fácil e melhor que arranjar  emprego.

  Lembre-se :
Pedinte não paga 1/3 do que ganha p'ra sustentar um bando de ladrões .

Ah, AINDA FALTA O RENDIMENTO SOCIAL DE INSERÇÃO... PAGO POR TODOS NÓS... TODOS OS MESES NO VALOR DE 425€!!!

 Vamos mas é mendigar !

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

EVITE TER CHIFRE - ARNALDO JABOR‏

Evite ser Traído
Arnaldo Jabor
Para as mulheres, uma verdade!
Para os homens, a realidade.


Assim, após um processo 'investigatório' junto a essas 'mulheres modernas' pude constatar o pior.
VOCÊ SERÁ (OU É ?) 'corno', ao menos que:

- Nunca deixe uma 'mulher moderna' insegura.
Antigamente elas choravam. Hoje elas simplesmente traem, sem dó nem piedade.

- Não ache que ela tem poderes 'adivinhatórios'.
Ela tem de saber da sua boca o quanto você gosta dela. Qualquer dúvida neste sentido poderá levar às conseqüências expostas acima.

- Não ache que é normal sair com os amigos (seja pra beber, pra jogar futebol) mais do que duas vezes por semana, três vezes então, é assinar atestado de 'chifrudo'.
As 'mulheres modernas' dificilmente andam implicando com isso, e se implicar uma vez e depois não se importar mais.... atenção!! Aí tem!!! Entretanto, elas são categoricamente 'cheias de amor pra dar' e precisam da 'presença masculina'. Se não for a sua meu amigo.... Bem... com certeza será de outro. Mulheres assim nunca ficam sozinhas! Pelo contrário tem sempre no mínimo 3 na fila.


- Quando disser que vai ligar, ligue,
senão o risco dela ligar pra aquele ex é grandessíssimo.

- Satisfaça-a sexualmente.
Mas não finja satisfazê-la. As 'mulheres modernas' têm um pique absurdo em relação ao sexo e, principalmente dos 25 aos 45 anos... Bom, nem precisa dizer que se não for com você...

- Lhe dê atenção.
Mas principalmente faça com que ela perceba isso. Garanhões mau (ou bem) intencionados sempre existem, e estes quando querem são peritos em levar uma mulher às nuvens. Então, leve-a você, afinal, ela é sua ou não é????

- Nem pense em provocar 'ciuminhos' vãos.
Como pude constatar, mulher insegura é uma máquina colocadora de chifres.

- Em hipótese alguma deixe-a desconfiar ou imaginar o fato de você estar olhando para outra.
Essa mera suposição da parte delas dá ensejo a um 'chifre' tão estrondoso que quando você acordar, meu amigo, já existirá alguém...

- Sabe aquele bonitão que você sabe que sairia com a sua mulher a qualquer hora?
Bem... de repente a recíproca também pode ser verdadeira. Basta ela, só por um segundo, achar que você merece... Quando você reparar... já foi.

- Tente estar menos 'cansado'.
A 'mulher moderna' também trabalhou o dia inteiro e, provavelmente, ainda tem fôlego para muita coisa. O palco dela para o espetáculo está sempre armado, é só chegar. Arme logo o seu circo.

- Volte a fazer coisas do começo da relação.
Se quando começaram a sair trocavam e-mails ou telefonemas, a chance dela gostar disso é muito grande, e a de sentir falta disso então é imensa. A 'mulher moderna' não pode sentir falta dessas coisas... senão...

Bem amigos, aplica-se, finalmente, o tão famoso jargão '
quem não dá assistência, abre concorrência e perde a preferência'. Desse modo, se você está ao lado de uma mulher de quem realmente gosta e tem plena consciência de que, atualmente o mercado não está pra peixe (FALEMOS DE QUALIDADE), pense bem antes de dar alguma dessas 'mancadas'...
Proteja-a, ame-a, e principalmente, faça-a saber disso.
Ela vai pensar milhões de vezes antes de dar bola pra aquele 'bonitão' (ou aqueles bonitões) que vive (vivem) enchendo-a de olhares... e vai continuar, sem dúvidas, olhando só pra você!!!

Quem não se dedica, se complica. Como diz a música:
'MULHER NÃO TRAI, SE VINGA'.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Raposas podem seguir campo magnético terrestre para caçar...

Um estudo liderado por Hynek Burda, da Universidade de Duisburg-Essen, na Alemanha,  verificou que as raposas apresentam maiores taxas de sucesso quando caçam para nordeste, relativamente aos ataques feitos noutras direcções. Este aspecto leva  os investigadores a acreditarem que estes mamíferos provavelmente utilizam o campo magnético da Terra como guia para caçar as suas presas.

Embora haja outros animais que recorram à mesma "técnica" para determinar a direcção do ataque, as raposas aparentam utilizá-la também para saber a distância a que se encontram as suas presas. 


O cientista  constatou, enquanto observava raposas na República Checa, que estas  avançavam para as presas quase sempre na direcção nordeste, através de um grande salto. Embora saltem em qualquer direcção quando vêem as presas, nas situações em que estas estão escondidas, o salto é direccionado para nordeste.

Em 72 por cento das vezes que optam por este sentido, os ataques são bem-sucedidos, o que acontece em apenas 18 por cento das vezes que escolhem outras direcções.

Depois de recolher estes dados, Hynek Burda analisou-os com 
John Phillips, do Virginia Tech, que sugeriu que estes animais poderiam utilizar o campo magnético para medir a distância do ataque à presa.
 
Burda suspeita de que as raposas vêem um "anel de sombra" na retina, que é mais escuro no norte magnético, mas surge como uma sombra normal sempre que parece ter a mesma distância à frente. A raposa move-se até a sombra ficar alinhada com o local de onde provêm os sons da presa, definindo assim a distância a que se encontra o seu alvo.

Embora, por enquanto, a ideia seja
“apenas especulativa, mas plausível”, segundo os investigadores, mais estudos poderão comprovar esta hipótese.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Jogo de computador ensina como tomar decisões melhores

Jogo da decisão
Cientistas irlandeses desenvolveram um jogo de computador projetado para ajudar as pessoas a melhorarem as habilidades de tomada de decisão em todos os aspectos da vida.
A equipe da Universidade Queen's, de Belfaste, desenvolveu um protótipo que pode ser incluído pelos fabricantes comerciais de jogos em seus próprios games, transformando-os em uma ferramenta de e-learning - ou treinamento à distância - para profissionais e para o público em geral.
Como alternativa, algumas das características do novo jogo podem ser incorporadas em jogos de computador já existentes e que tenham um elemento de estratégia.
Como tomar melhores decisões
A estratégia adotada para desenvolver um jogo para ajudar a tomar melhores decisões é a de dar às pessoas a capacidade de reconhecer e fazer concessões às suas próprias opiniões subjetivas e até mesmo aos seus preconceitos, tentando avaliar com precisão as incertezas subjacentes às suas decisões e às consequências dessas decisões.
Por exemplo: imagine que você está atrasado para pegar o ônibus. Você será capaz de pegá-lo se correr? Ou tudo o que conseguirá será estresse, cansaço e esforço desperdiçado?
Para maximizar suas chances de tomar a decisão correta, você precisará levar em conta todas as informações disponíveis - e essas informações podem mudar a cada instante.
Mas também ajuda se, usando essas informações, você tentar fazer uma avaliação das suas reais possibilidades.
Isso dará resultados mais precisos se for levado em conta a forma como você tende a interpretar tais informações, com base nas suas experiências anteriores - por exemplo, talvez você saiba que costuma ter excesso de confiança ou falta de confiança em si mesmo em situações semelhantes.
Da mesma forma, o jogo ensina às pessoas a levar em conta as suas incertezas e aprender com a experiência, mesmo quando confrontadas com escolhas simples.
Habilidades de tomada de decisão
No futuro, jogos como esse, ou desenvolvidos a partir desse código inicial, poderão ser usados para fins educativos e de entretenimento, ou pelos setores público e privado, a fim de melhorar as habilidades de tomada de decisão, seja no trabalho, na escola ou no dia-a-dia.
"O jogo que desenvolvemos é uma ferramenta de pesquisa que está permitindo que descubramos mais sobre os processos de pensamento e os mecanismos psicológicos envolvidos na tomada de decisões", afirmou Jyldyz Tabyldy, um dos idealizadores do projeto.

"Diario da Saude"

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O menino de Shooters Hill Road


Arrumo o cesto de verga de miniaturas
Dos teus coloridos carros de corrida
Entre a relva não está o que procuras
Ficou aqui na tua alegria esquecida

Nas perguntas que fazias sobre a gente
Em ruidosa conversa à porta dos bares
Cidade onde a noite é mais diferente
Com outros ruídos, cenas e lugares

Nas trovoadas e seguintes tempestades
Instaladas em cima do nosso telhado
O teu receio à noite deixa-me saudades
Sei que não podes ficar do nosso lado

A sombra dos teus dedos permanece
Na caixa dos carrinhos em abandono
Em Shooters Hill há uma quermesse
Onde vendem rifas a meio do teu sono

(sobre pastel de Fiona Bell Currie)

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

História do Fusca


Você sabe quem é o legítimo inventor do Fusca? Não? Então basta ler o livro “A verdadeira história do Fusca”, do jornalista holandês Paul Schilperood,, recentemente publicado aqui no mercado editorial brasileiro.
            Revela este autor que a concepção do Fusca, seu designer e o próprio conceito de “Volkswagen” (ou, traduzindo, carro do povo) foram criados por um engenheiro judeu Josef Ganz e, abruptamente, apropriados por Adolf Hitler.
            Após essa manobra ignóbil o projeto do Fusca foi adaptado para a produção em série por Ferdinand Porsche, tornando-se um dos maiores orgulhos do regime nazista (1933-45).          
            Segundo o genial Ganz, em 1931, demonstrou ser possível construir um carro leve, pequeno, com estabilidade e dirigibilidade excelentes. Contrariando, deste modo, a maior parte dos engenheiros alemães que achavam que um carro precisaria ser grande e pesado para apresentar boa estabilidade.
            Apesar de levar fama de não deixar ninguém na mão, mesmo assim, deu seus últimos suspiros no Brasil, em 1996, estereotipado como carro de pobre, suburbano, feinho, desconfortável e barulhento.
            Tais registros me fez viajar no tempo e lembrar um fusquinha pertencente ao meu cunhado, Fernando (conhecido por “ventania”, de tão magro), à época, estudante de engenharia civil, que o pilotava como se fosse um milionário excêntrico e “bon vivant”.  De bom (acho) só tinha mesmo o motor, que ele tanto se orgulhava, o resto era uma extenuante comparável carroça que sacolejava, de um lado para o outro, para cima e para baixo. O danado se exibia de cor verde abacate, porém desbotada pela química do tempo. O tanque de combustível era furado, e não passava da metade de sua capacidade. Não possuía limpador de pára-brisa, só um farol funcionando (e zarolho!). Os pneus eram carecas, igual a careca de “Ronaldinho”.
            É exagero? Não. Tem mais: para pegar era um “deus-nos-acuda”, um fuzuê dos diabos, mesmo porque a bateria tava mais arriada do que calcinha em filme de pornochanchada. O freio, por sua vez, era como cachorro vira-lata: só ameaçava pegar, o jeito era recorrer ao freio-motor. Para encabular, soltava aos olhos de todos, um decalque em letras garrafais fixado no vidro trazeiro: É véio, mas tá pago.
            Uma coisa é certa: essa história e tantas outras fazem parte da doce nostalgia e da revolução industrial automobilística. Onde o Fusca deu início a um novo modo de pensar em carro. E que Josef Ganz seja, agora, imortalizado como o seu real inventor.


                                            LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                (lincolncartaxo.blogspot.com)

FMI

É a contragosto que me vou debruçar sobre uma temática que tem tanto de actual como de sensível. Para alguns. E espero sinceramente que o que venha a ocorrer não corresponda, na realidade, ao que prevejo. Porque não desejo mal a ninguém e a inveja não faz parte dos meus sentimentos, personalidade e postura na vida.
Com efeito, eu não tenho medo que venha aí o FMI, porque tambem pertenço ao grupo dos que vão ver o rendimento reduzido, de uma forma ou de outra. E tenho a certeza de que todos aqueles que usufruem de baixos rendimentos, passando pela chamada "classe média" (em vias de extinção, porque é quem suporta o grosso da despesa do Estado), todos os que vivem de um salário e até boa parte dos pensionistas também não têm que recear a vinda do FMI. Porque a todos estes já vão "cortar as unhas" e decerto que o FMI não imporá que lhes "cortem os dedos".
Pois teríamos que comprar muito "sangue" ao exterior por insuficiência de "dadores" nacionais!
Então, quem terá medo do FMI?

Porventura, os que vão ter que reduzir ao número de Secretárias, de membros de Gabinetes e Assessores, de Motoristas. Provavelmente, também aqueles que promovem muitas inaugurações, participadas por imensos convidados que deveriam estar a trabalhar e a contribuir para o aumento da riqueza nacional e do PIB. Talvez também aqueles que ocupam lugares, que usufruem de apreciáveis remunerações e não fazem nada (muitos também não o sabem), tendo direito a carro de serviço, telefone e motorista pagos pelo erário público. Mas dão um grande contributo para o país, porque tornam Portugal mundialmente competitivo, ao nível do número de membros do facebook, apesar de sermos apenas 10 milhões!
E que dizer das viagens ao estrangeiro em missões governamentais e empresariais? Que resultados têm dado, além da venda dos "Magalhães" à Venezuela? Quanto nos custam, a nós, contribuintes essas viagens? E as nomeações que continuam a ser feitas para determinados cargos como, por exemplo, em plena crise, a do Conselho de Administração da Fundação Cidade de Guimarães, entidade gestora da Capital Europeia da Cultura 2012, em que à Presidente foi atribuída uma remuneração de 14.300 € mensais, reduzida depois para 10.000 € por mês (isto não é inveja, mas haja pudor e vergonha) e os Vogais, coitados, ficaram a auferir apenas 8.750 € cada um!
Ora, os nossos afamados economistas dizem que são as exportações que nos podem valer. Mas de quê? Do excesso de imóveis e apartamentos que dispomos relativamente às nossas necessidades? Não é tarefa possível, dado o nosso tipo de construção. Até nesta matéria aconselho uma viagem à Holanda, país onde todo o tipo de construção é aproveitado, com modelos bastante criativos, funcionais e confortáveis, e se, por acaso, a população holandesa vier a diminuir, uma boa parte deles é exportável. Ou vamos exportar "horas de sol" de que dispomos? Seria óptimo que os nossos cientistas começassem a pensar nisto.
Também poderíamos "arrendar" parte da nossa zona económica exclusiva, a maior da Europa, com um mar imenso, depois de termos desmantelado a quase totalidade da nossa frota pesqueira a troco de uns fundos europeus que há muito se esgotaram.
Pois, é pena que este espaço se esteja a esgotar, porque muito mais teria para dizer. Mas deixo uma mensagem aos cidadãos que não usufruam de privilégios injustificados: não tenham medo do FMI. Porque, a nós, o FMI não vai "cortar os dedos". Vai, sim, "cortar as unhas" a quem as tem ainda grandes. Para nós será bom que o FMI venha depressa ou já. Até porque será inevitável e quanto mais tarde pior. E, para vos provar isso, vou apresentar alguns números, esforçando-me para que todos os leitores entendam.
A dívida pública portuguesa ronda os 142 mil milhões de euros. Se pagarmos juros a uma taxa média de 5% (a taxa actual anda nos 7%), isto significa que, anualmente, temos (nós portugueses) que suportar 7,1 mil milhões de euros em juros. Como a nossa riqueza (PIB) não cresce nesta proporção, o nosso PIB anual é de cerca de 165 mil milhões de euros que, só para suportar os juros, teria que crescer 4,3 % ao ano, quando as previsões são de 0,8% de crescimento do PIB.
Ou seja, a dívida pública vai continuar a aumentar, o que significa que vamos ter que contrair mais empréstimos. Então, se assim é, por que teimamos em continuar a pagar juros a uma taxa de 7% (com tendência para aumentar) quando podemos obter empréstimos avalizados pelo FMI a cerca de 3% de taxa de juro? É como se o leitor tivesse um Banco que lhe concedesse um empréstimo para a aquisição de habitação a 3% e optasse por um outro que lhe cobrará juros a uma taxa de 7%.
O grande problema é que, para nos ajudar, o FMI impõe (e muito bem) condições. Desde logo, pela implementação de medidas de austeridade a serem aplicadas pelo Governo, a partir do diagnóstico efectuado. Ou seja, "cortar as unhas" que ainda restam por cortar e vigiando para que essas "unhas" não voltem a crescer demasiado. Portanto, meditem um pouco e concluam quais as "unhas" que ainda têm que ser cortadas.
Já agora e para concluir, que vantagem nos trouxe a Cimeira da Nato realizada em Lisboa? Prestígio e notoriedade para o país? Quanto nos custou esta "vaidade"? Gostaria de saber, porque certamente não foi pouco, começando pela produção que deixou de ser realizada e prejudicou o nosso PIB, ou seja, reduziu o rendimento do país. E não estou a vislumbrar que benefícios económicos, nos possa trazer a realização desta Cimeira em Portugal. Se os houver então que nos digam quais são e quanto. É que, numa altura em que as dificuldades são muitas, fazer figura de país rico é de todo incompreensível.
Que alguém tem medo do FMI, lá isso tem, mas em definitivo, não sou eu!!!

domingo, 16 de janeiro de 2011

Devem-me dinheiro


José Sócrates em 2001 prometeu que não ia aumentar os impostos. E aumentou. Deve-me dinheiro. António Mexia da EDP comprou uma sinecura para Manuel Pinho em Nova Iorque. Deve-me o dinheiro da sinecura de Pinho. E dos três milhões de bónus que recebeu. E da taxa da RTP na conta da luz. Deve-me a mim e a Francisco C. que perdeu este mês um dos quatro empregos de uma loja de ferragens na Ajuda onde eu ia e que fechou. E perderam-se quatro empregos. Por causa dos bónus de Mexia. E da sinecura de Pinho. E das taxas da RTP. Aníbal Cavaco Silva e a família devem-me dinheiro. Pelas acções da SLN que tiveram um lucro pago pelo BPN de 147,5 %. Num ano. Manuel Dias Loureiro deve-me dinheiro. Porque comprou por milhões coisas que desapareceram na SLN e o BPN pagou depois. E eu pago pelo BPN agora. Logo, eu pago as compras de Dias Loureiro. E pago pelos 147,5 das acções dos Silva. Cavaco Silva deve-me muito dinheiro. Por ter acabado com a minha frota pesqueira em Peniche e Sesimbra e Lagos e Tavira e Viana do Castelo. Antes, à noite, viam-se milhares de luzes de traineiras. Agora, no escuro, eu como a Pescanova que chega de Vigo. Por isso Cavaco deve-me mais robalos do que Godinho alguma vez deu a Vara. Deve-me por ter vendido a ponte que Salazar me deixou e que eu agora pago à Mota Engil.
António Guterres deve-me dinheiro porque vendeu a EDP. E agora a EDP compra cursos em Nova Iorque para Manuel Pinho. E cobra a electricidade mais cara da Europa. Porque inclui a taxa da RTP para os ordenados e bónus da RTP. E para o bónus de Mexia. A PT deve-me dinheiro. Porque não paga impostos sobre tudo o que ganha. E eu pago. Eu e a D. Isabel que vive na Cova da Moura e limpa três escritórios pelo mínimo dos ordenados. E paga Impostos sobre tudo o que ganha. E ficou sem abonos de família. E a PT não paga os impostos que deve e tenta comprar a estação de TV que diz mal do Primeiro-ministro. Rui Pedro Soares da PT deve-me o dinheiro que usou para pagar a Figo o ménage com Sócrates nas eleições. E o que gastou a comprar a TVI. Mário Lino deve-me pelos lixos e robalos de Godinho. E pelo que pagou pelos estudos de aeroportos onde não se vai voar. E de comboios em que não se vai andar. E pelas pontes que projectou e que nunca ligarão nada. Teixeira dos Santos deve-me dinheiro porque em 2008 me disse que as contas do Estado estavam sãs. E estavam doentes. Muito. E não há cura para as contas deste Estado. Os jornalistas que têm casas da Câmara devem-me o dinheiro das rendas. E os arquitectos também. E os médicos e todos aqueles que deviam pagar rendas e prestações e vivem em casas da Câmara, devem-me dinheiro. Os que construíram dez estádios de futebol devem-me o custo de dez estádios de futebol. Os que não trabalham porque não querem e recebem subsídios porque querem, devem-me dinheiro. Devem-me tanto como os que não pagam renda de casa e deviam pagar. Jornalistas, médicos, economistas, advogados e arquitectos deviam ter vergonha na cara e pagar rendas de casa. Porque o resto do país paga. E eles não pagam. E não têm vergonha de me dever dinheiro. Nem eles nem Pedro Silva Pereira que deve dinheiro à natureza pela alteração da Zona de Protecção Especial de Alcochete. Porque o Freeport foi feito à custa de robalos e matou flamingos. E agora para pagar o que devem aos flamingos e ao país vão vendendo Portugal aos chineses. Mas eles não nos dão robalos suficientes apesar de nos termos esquecido de Tien Amen e da Birmânia e do Prémio Nobel e do Google censurado. Apesar de censurarmos, também, a manifestação da Amnistia, não nos dão robalos. Ensinam-nos a pescar dando-nos dinheiro a conta gotas para ir a uma loja chinesa comprar canas de pesca e isco de plástico e tentar a sorte com tainhas. À borda do Tejo. Mas pesca-se pouca tainha porque o Tejo vem sujo. De Alcochete. Por isso devem-me dinheiro. A mim e aos 600 mil que ficaram desempregados e aos 600 mil que ainda vão ficar sem trabalho. E à D. Isabel que vai a esta hora da noite ou do dia na limpeza de mais um escritório. Normalmente limpa três. E duas vezes por semana vai ao Banco Alimentar. E se está perto vai a um refeitório das Misericórdias. À Sexta come muito. Porque Sábado e Domingo estão fechados. E quando está doente vai para o centro de saúde às 4 da manhã. E limpa menos um escritório. E nessa altura ganha menos que o ordenado mínimo. Por isso devem-nos muito dinheiro. E não adianta contratar o Cobrador do Fraque. Eles não têm vergonha nenhuma. Vai ser preciso mais para pagarem. Muito mais. Já.
Penthouse, Novembro de 2010

 Mário Crespo

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Dor de cotovelo


Já revelei aqui neste espaço que uma das músicas mais bonita da MPB é aquela composta por Nelson Motta e cantada pelo Lulu Santos, que diz que na vida tudo passa, tudo sempre passará, como uma onda no mar. No entanto, para o grande compositor gaúcho e boêmio Lupicínio Rodrigues, isso não é verdade, é uma deslavada mentira.
            Valendo-se de sua “dor de cotovelo” que tanto lhe torturava e que não se libertava (de vítima) dos amores e desamores, de paixões e desilusões avassaladoras, fez transportar para as canções essa melancolia como bem é retratada em “Nervos de aço”: “Você sabe o que ter um amor, meu senhor/Ter loucura por uma mulher/E depois encontrar esse amor, meu senhor/Nos braços de um tipo qualquer”. Como se vê, um caldeirão pulsante de amargura.
            O cenário é o mesmo: o cara entra no bar sozinho e magoado, ferido, pisado, contundido amorosamente. Na cabeça, a amada, “aquela ingrata”, que o abandonou por outro (Ricardão!). Como não poderia deixar de ser, pede um chope, um uísque ou uma aguardente, ficando por ali durante horas, remoendo a tristeza pela separação. Sem tergiversação, um autêntico folhetim de libelo “cornista”.
            Ninguém soube expressar como Lupi (carinhosamente como era chamado) a mais acachapante e abjeta “cornitude”. Diferentemente do Noel Rosas, Oreste Barbosa e Chico Buarque que escreveram brilhantes canções sobre o “descorno”. Ele era de enfiar o pé na lama e se expor sem restrições suas bizarras mágoas.
            O barato de suas canções é o texto musical. Verdadeiro oceano de trivialidades amorosas, puxada pela filosofia “botequinesco” e da dramaturgia diária da boemia. Um complexo emocional em que se mistura “dor de corno”, saudade, algum desejo de vingança, muito amor mal cicatrizado.
            Por isso, que se tornou um dos ícones da fossa e da desilusão. Cujo tema de suas canções, invariavelmente baseado em fatos reais, era centrado na danada da traição. Veja a sua manifestação de revolta nos versos de “Nunca”: “Nunca/Nem que o mundo caia sobre mim/Nem se Deus mandar/Nem mesmo assim/As pazes contigo eu farei”.
            Tinha orgulho de ser boêmio. Costumava dizer “É melhor brigar junto do que chorar separado”. Nas suas desventuras com as mulheres que desfilaram pela sua vida, levou-o a compor e a gravar umas 150 canções (marchinhas de carnaval e sambas-canção), músicas que expressavam sentimentos de um amor perdido.
            Outro catedrático da boemia, Vinicius de Morais, confessava que “Todo poeta só é grande se sofrer”. Assim, em 1974, aos 59 anos, conhecido pelo estilo bordão “dor de cotovelo”, morreu como viveu: do coração.


                                               LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                         (lincolnconsultoria@hotmail.com)