sábado, 26 de setembro de 2009

O declínio das Ideias

Voto útil, uma incoerência, ou um dever de Patriotismo? O declínio das Ideias

Portugal vive há 35 anos num regime que é uma espécie de Travesti - procura dar a imagem daquilo que não é.

O Povo, saturado de ser humilhado e ofendido pelos "senhores do regime", vai sobrevivendo, ou melhor, vai-se arrastando neste enorme lamaçal de falta de moral, de incompetência, e de corrupção - o tal pântano de que Guterres falou - quando fugiu do Governo, por incompetência, certo de que conseguiria - como conseguiu - lugar mais descansado e mais lucrativo.

Vamos a votos dia 27. Num regime normal, ou talvez num regime teórico democrático parlamentar, se o mesmo fosse exequível e correcto, as gentes deveriam votar em projectos, em ideias para o desenvolvimento da sua prática, e não CONTRA IDEIAS. (Falo de uma espécie de bucolismo que por impossível, é sinistro). De facto, o que se passa, é que 35 anos passados sobre esta sinistra "aprendizagem democrática", faz-se justamente o contrário. E o contrário, chama-se VOTO ÚTIL. Na sua essência, na medida em que é um voto sem projecto puro, o VOTO ÚTIL deveria estar errado e é errado. Mas é útil, por vezes. No entanto, nas últimas décadas, temos vivido o apelo ao voto útil em vez de num programa, e temos os Portugueses praticado muitas vezes, umas de uma forma mais inteligente que outras, o voto útil, ou seja, o voto contra. Umas vezes com menos maus resultados, outras tantas com os piores.

Para mim, o voto útil no próximo dia 27, será aquele que possa contribuir para derrubar, pela incorrectamente chamada direita, o actual primeiro-ministro, e o entourage de incompetência e de corrupção que o rodeiam.

Quem praticar o tal voto útil "à direita", votará pois Manuela Ferreira Leite, para que a senhora consiga ter pelo menos o mesmo número de deputados mais um que o senhor José de Sousa, e assim possa formar governo em coligação com o CDS.

Foi esse voto útil que me levou a votar no PPD para as Europeias - mostrar aos socialistas que estavam nas urnas, em voto secreto, a ser recusados pelo Povo. E penso que funcionou. No entanto, temo que essa dinâmica anti-socialista tenha perdido força com o andar da última campanha eleitoral. E isto, porquê? Porque o Povo esquece os valores que estão em causa, porque o Povo parece gostar de ser enganado pelas demagogias eleitoralistas, enfim, custa-me a dizê-lo, porque me parece que o Povo deste País que eu amo, tem uma espécie de "queda da chinela" para o Socialismo, pendão que é dos oportunistas - ganhar dinheiro, sem trabalhar, ou se possível, discretamente roubando qualquer coisinha... Para além disso, feliz ou infelizmente, Ferreira Leite parece não ter vocação para enganar o Povo entre dois beijinhos numa feira ou num mercado qualquer, como os outros fazem. Pode ser que seja isso que de certo modo me atrai em Manuela Ferreira Leite, se é que é lícito dizer que algo nela ou no seu partido me atrai... para além da conhecida "gaffe" da interrupção da democracia por 6 meses! Seja sine-die!

Se as minha piores expectativas tiverem razão, à "direita", o demagogo e mefistofélico Sr. Portas, roubará muitos votos à Senhora Ferreira Leite.

E a Senhora Ferreira Leite, poderá não ter condições, (por pulverização de votos no CDS, e/ou porque como já afirmei infelizmente o povinho tem tendência, no seu oportunismo cínico para votar socialista), para ficar em primeiro lugar, nem que seja com um deputado a mais que os coveiros do regime, o que seria o meu desejo. Isto é, a ambição de Paulo Portas poderá conduzir-nos a mais quatro anos de socialismo e sub-desenvolvimento! Quem sabe se não com o próprio Portas, com a sede que tem de poder, coligado com os socialistas...

Parece-me bem que se cumpram estas expectativas? Na teoria, e dada a falta de apreço que sempre tive pelo PPD, parece-me bem que esse partido de barões tão corruptos como os socialistas, não tenha a vitória. Porém, será melhor que os socialistas vençam? Estou certo de que não. Por Portugal, e pela justiça. Os últimos 4 anos e meio (contados penosamente dia a dia) demonstraram à saciedade quão perniciosos e desonestos são os socialistas. E desonestos por desonestos, que venham aqueles que têm neste momento uma leader séria e competente, que tem valores, e que, se tiver força, poderá lutar pela família, pela moralidade social, pelo progresso e recuperação de Portugal.

E assim vivemos esta política de faz de conta, de não lutar por ideias, mas sim por "fugir" do rato mau... É isto aquilo a que chamam de "democracia parlamentar", regime sinistro, falso e desigual que me repugna.

E quem é o tal "rato mau"? É o governo socialista, necessariamente minoritário, com o apoio dos pró-Albaneses do Bloco de Esquerda, ou mesmo dos comunistas. Isso sim seria mau. E trata-se de um cenário que não devemos descartar. Ainda que fosse coligado com Portas, não deixaria nunca de ser um governo socialista do senhor José de Sousa do "Freeport" e da "Cova da Beira", do Magalhães da JP Sá Couto, e da MOTA ENGIL, dos casamentos entre homossexuais e do aborto, do atraso económico, e da subserviência a esse "Big brother" chamado Europa, ainda que desprezando fundos estruturais importantes, por incompetência ou má-fé!

Passamos, como disse, os Portugueses, os tempo a votar útil, sem votar em programas e ideias, sem votar em alguém que tenha uma VISÃO para Portugal. Porque votamos a fugir do "inimigo", e porque está para vir o político pós-abrilino que tenha uma visão patriótica da Nação, um verdadeiro projecto para Portugal.

Nunca escondi que sou Nacionalista, que nada tenho a ver com qualquer um destes senhores deste sinistro espectro político que vai da extrema-esquerda ao centro chamado incorrectamente de direita. Não escondo que perante notícias de um PNR recuperado e "lavado" desses tontos pró-Nazis e dos "cabeças rapadas", com uma aparente Ideologia verdadeiramente Nacional, me senti tentado a votar de acordo com a minha ideologia. Porém, a constatação da fragilidade de um programa, e as notícias de que afinal pode ser que pouco tenha mudado no PNR, associadas às sondagens que indicam a vantagem dos socialistas, levaram-me a pensar em repetir o que fiz nas Eurpeias. E mau por mau, não vou perder o meu voto no PNR ou na panaceia de uma aparente direita do CDS, procurarei antes com ele contribuir para que os socialistas não alcancem o primeiro lugar. Com ou sem sucesso.

Entre um voto "ideológico" mas não convencido ainda na bondade dos senhores do PNR, e um voto que procure afastar os criminosos que nos desgovernaram e nos conduziram ao abismo em maioria absoluta na última legislatura, prefiro procurar contribuir para "apear" estes últimos do poder. Assim sendo, pela segunda vez na minha vida, vou votar`"à esquerda". Com pena minha, vou votar no PPD. Em nome de uma possível recuperação de Portugal. Em nome do meu "egoísmo" lícito de poder ver, no domingo à noite nas televisões, a cara triste e derrotada do hipócrita primeiro ministro, o Bacharel em engenharia José de Sousa. Se isso não acontecer, que Nossa Senhora de Fátima olhe pela nossa Pátria, que os homens não conseguem! Que alguém se lembre de fazer um Golpe de Estado. Viva Portugal!


António de Oliveira Martins - Lisboa

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

La Guerre de Troie n’aura pas lieu

É uma peça de teatro de Jean Giraudoux de 1935 que põe em cena personagens da Ilíada, em sofisticada intriga que as vai definindo segundo as características que já apontavam, não só na epopeia como na tragédia clássica, acrescidas da visão satírica do escritor Giraudoux, em antevisão de uma guerra mundial que teria lugar poucos anos depois.

Assim, contra a opinião receosa de uma Andrómaca, grávida de Astianax, de que a guerra de Tróia não aconteceria, a bela Cassandra, sua cunhada, por todos encarada cepticamente como profetiza da desgraça, segundo os poderes que lhe dera Apolo, decide afirmar que iria ter lugar, mordaz nas suas observações constantes, de um cinismo esclarecido sobre os homens e o mundo.

Nem Heitor, sensato e futuro pai, amante da sua casta Andrómaca, nem o marialva do Páris, seu irmão, não mais apaixonado por Helena, que ele raptara a Menelau, rei de Esparta, eram a favor de uma guerra, decidindo pois, a conselho do irmão, enviá-la de retorno à Grécia, para evitar o conflito.

Mas Helena a todos seduzira com a sua beleza, os velhos adoravam-na, o próprio Príamo, o rei de Tróia, pai daqueles filhos e de muitos mais, fora seduzido, concordando com a necessidade de uma guerra para criar heróis, contra as súplicas das mulheres...

Assim, entre os belicistas, contar-se-ão Demokos, como agente de provocação, de um lirismo banal e de um idealismo mais perverso e lúbrico do que sincero, defendendo a guerra em nome de abstracções – beleza, coragem, heroísmo – despidas de consistência. Príamo, senil, desejoso de uma vida sem entraves, apaixonado por Helena, embora casado com a velha Hécuba. Tornar-se-á oponente à guerra por submissão. O Geómetra mascara os seus sentimentos pessoais de lubricidade sob a demonstração exaltada do alcance da imagem de Helena, por meio de imagens do domínio da geometria, provocando o cómico de linguagem. A multidão, como personagem colectiva, igual a todas as multidões.

Dentre os pacifistas, contam-se Heitor, prudente, sensato, realista, honesto, responsável, com experiência da guerra e dos seus horrores. Hécuba, ciumenta, patriota, sensata, psicóloga, desdenhosa. Cassandra, irónica, agressiva, sem ilusões. Páris, cedendo por fraqueza, por cobardia, por aborrecimento contra o espírito de família, por indiferença de boémio que por nada se interessa, em realidade. Andrómaca, fraca, receosa, amorosa, defendendo a sua felicidade, o seu direito à estabilidade.

Dentre todos, sobressaindo Helena: astuta, jamais se comprometendo, por indiferença egoísta, também. Feminina, felina, aceita facilmente as homenagens, sem emoção nem interesse por nada nem ninguém, mas com observações de uma profundidade que traduz uma filosofia de vida e uma argúcia cheia de ironia, contrastando com a sua aparente futilidade.

Contra ventos e marés, em ondas sucessivas de hipóteses que apontam para a esperança da paz ou o receio da guerra, outras personagens actuando como mediadores (Ulisses) ou provocadores (Demokos, morto por Heitor, confessando ao morrer, confirmado por Abnéos, ter sido o grego Oiax que o assassinara). Estava dado o rastilho. Os gregos não desculpariam a morte de um dos seus.

“Elle aura lieu” disse Hector, desprendendo-se das mãos de Andrómaca, enquanto “as portas da guerra se abrem lentamente”. “La parole est au poète grec”, concluirá Cassandra.

E, no último canto da Ilíada – XXIV - poderemos ler, na excelente tradução de Frederico Lourenço, a referência a Cassandra, que só ela se apercebera da morte de Heitor:

“... porém Cassandra, semelhante à dourada Afrodite, / subira a Pérgamo e de lá avistou o pai amado / em pé no carro e o arauto, mensageiro da cidade. / Viu Heitor jazente num esquife, puxado pelas mulas. / Emitiu um grito ululante e disse a toda a cidade: // “Vede, Troianos e Troianas! Vinde e vede Heitor, / se alguma vez vos regozijastes ao vê-lo regressar vivo da batalha: / à cidade era ele uma grande felicidade, assim como a todo o povo.”



Esperança na construção, receio da destruição. Estamos todos contidos, na nossa campanha eleitoral, como personagens da comédia de Giraudoux. Também a nossa guerra vai ter lugar, com a morte de Heitor, com a destruição de Tróia.

Não a da ilha fronteira à serra da Arrábida, mas toda a “ocidental praia lusitana”.


Berta Brás

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

'Sócrates, o ditador

A saída de António Costa para a Câmara de Lisboa pode ser interpretada de muitas maneiras.
Mas, se as intenções podem ser interessantes, os resultados é que contam .
Entre estes, está o facto de o candidato à Autarquia se ter afastado do Governo e do Partido, o que deixa Sócrates praticamente sozinho à frente de um e de outro.

Único senhor a bordo tem um mestre e uma inspiração .
Com Guterres, o primeiro-ministro aprendeu a ambição pessoal, mas, contra ele, percebeu que a indecisão pode ser fatal, ao ponto de, com zelo, se exceder.
Prefere decidir mal, mas rapidamente, do que adiar para estudar .
Em Cavaco, colheu o desdém pelo seu partido .
Com os dois e com a sua própria intuição autoritária, compreendeu que se pode governar sem políticos .
Onde estão os políticos socialistas ?
Aqueles que conhecemos, cujas ideias pesaram alguma coisa e que são responsáveis pelo seu passado ?
Uns saneados, outros afastados .
Uns reformaram-se da política, outros foram encostados .
Uns foram promovidos ao céu, outros mudaram de profissão .
Uns foram viajar, outros ganhar dinheiro.
Uns desapareceram sem deixar vestígios, outros estão empregados nas empresas que dependem do Governo .
Manuel Alegre resiste, mas já não conta .
Medeiros Ferreira ensina e escreve.
Jaime Gama preside sem poderes.
João Cravinho emigrou.
Jorge Coelho está a milhas de distância e vai dizendo, sem convicção, que o socialismo ainda existe.
António Vitorino, eterno desejado, exerce a sua profissão .
Almeida Santos justifica tudo.
Freitas do Amaral, "ofereceu-se, vendeu-se" e reformou-se !
Alberto Martins apagou-se.
Mário Soares ocupa-se da globalização .
Carlos César limitou-se definitivamente aos Açores.
João Soares espera.
Helena Roseta foi à sua vida independente .
Os grandes autarcas do partido estão reduzidos à insignificância .
O Grupo Parlamentar parece um jardim-escola sedado .
Os sindicalistas quase não existem.
O actual pensamento dos socialistas resume-se a uma lengalenga pragmática, justificativa e repetitiva sobre a inevitabilidade do governo e da luta contra o défice.
O ideário contemporâneo dos socialistas portugueses é mais silencioso do que a meditação budista.
Ainda por cima, Sócrates percebeu depressa que nunca o sentimento público esteve, como hoje , tão adverso e tão farto da política e dos políticos.
Sem hesitar, apanhou a onda.
Desengane-se quem pensa que as gafes dos ministros incomodam Sócrates.
Não mais do que picadas de mosquito. As gafes entretêm a opinião, mobilizam a imprensa, distraem a oposição e ocupam o Parlamento .
Mas nada de essencial está em causa.
Os disparates de Manuel Pinho fazem rir toda a gente .
As tontarias e a prestidigitação estatística de Mário Lino é pura diversão .
Não se pense que a irrelevância da maior parte dos ministros, que nada têm a dizer para além dos seus assuntos técnicos, perturba o primeiro-ministro .
É assim que ele os quer, como se fossem directores-gerais .
Só o problema da Universidade Independente e dos seus diplomas o incomodou realmente .
Mas tratava-se, politicamente, de uma questão menor.
Percebeu que as suas fragilidades podiam ser expostas e que nem tudo estava sob controlo. Mas nada de semelhante se repetirá.
O estilo de Sócrates consolida-se. Autoritário, Crispado, Despótico, Irritado, Enervado, Detestando ser contrariado .
Não admite perguntas que não estavam previstas ou antes combinadas .
Pretende saber, sobre as pessoas, o que há para saber.
Tem os seus sermões preparados todos os dias.
Só ele faz política, ajudado por uma máquina poderosa de recolha de informações, de manipulação da imprensa, de propaganda e de encenação .
O verdadeiro Sócrates está presente nos novos bilhetes de identidade, nas tentativas de Augusto Santos Silva de tutelar a imprensa livre, na teimosia descabelada de Mário Lino, na concentração das polícias sob seu mando e no processo que o Ministério da Educação abriu contra um funcionário que se exprimiu em privado.
O estilo de Sócrates está vivo, por inteiro, no ambiente que se vive, feito já de medo e apreensão .
A austeridade administrativa e orçamental ameaça a tranquilidade de cidadãos que sentem que a sua liberdade de expressão pode ser onerosa.
A imprensa sabe o que tem de pagar para aceder à informação .
As empresas conhecem as iras do Governo e fazem as contas ao que têm de fazer para ter acesso aos fundos e às autorizações .
Sem partido que o incomode, sem ministros politicamente competentes e sem oposição à altura, Sócrates trata de si.
Rodeado de adjuntos dispostos a tudo e com a benevolência de alguns interesses económicos, Sócrates governa .
Com uma maioria dócil, uma oposição desorientada e um rol de secretários de Estado zelosos, ocupa eficientemente, como nunca nas últimas décadas, a Administração Pública e os cargos dirigentes do Estado.
Nomeia e saneia a bel-prazer .
Há quem diga que o vamos ter durante mais uns anos.
É possível .
Mas não é boa notícia. É sinal da impotência da oposição. De incompetência da sociedade. De fraqueza das organizações. E da falta de carinho dos portugueses pela liberdade .


António Barreto

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Para que serve uma relação?

....Uma relação tem que servir
para tornar a vida dos dois mais fácil.
Vou dar continuidade a esta afirmação
porque o assunto é bom
e merece ser desenvolvido.
Algumas pessoas mantêm relações
para se sentirem integradas na sociedade,
para provarem a si mesmas
que são capazes de ser amadas,
para evitar a solidão,
por dinheiro ou por preguiça.
Todos fadados à frustração.
....Uma relação tem que servir para você se sentir
100% à vontade com outra pessoa,
à vontade para concordar
com ela e discordar dela,
para ter sexo sem não-me-toques
ou para cair no sono logo após o jantar, pregado.
....Uma relação tem que servir
para você ter com quem ir ao cinema
de mãos dadas, para ter alguém
que instale o som novo
enquanto você prepara uma omelete,
para ter alguém com quem viajar
para um país distante,
para ter alguém com quem ficar em silêncio
sem que nenhum dos dois se incomode com isso.
...Uma relação tem que servir para, as vezes,
estimular você a se produzir, e,quase sempre,
estimular você a ser do jeito que é,
de cara lavada e bonita a seu modo.
....Uma relação tem que servir para um e outro
se sentirem amparados nas suas inquietações,
para ensinar aconfiar, a respeitar as diferenças
que há entre as pessoas, e deve servir
para fazer os dois se divertirem demais,
mesmo em casa, principalmente em casa.
....Uma relação tem que servir para cobrir as
despesas um do outro num momento de aperto,
e cobrir as dores um do outro num momento
de melancolia, e cobrirem o corpo
um do outro quando o cobertor cair.
....Uma relação tem que servir para um
acompanhar o outro no médico,
para um perdoar as fraquezas do outro,
para um abrir a garrafa de vinho
e para o outro abrir o jogo,
e para os dois abrirem-se para o mundo,
cientes de que o mundo
não se resume aos dois.



Dr. Drauzio Varella
é médico cancerologista, escritor