ROTTWWILER
De linhagem muito antiga, é inteligente e tem capacidade de trabalho.
FILA BRASILEIRO
Cão de grande porte, com força e reputação de extrema agressividade. É uma das raças proibida em vários países.
DOGUE ARGENTINO
Criado após o cruzamento de 11 raças, é especialmente indicado para a caça ao javali e ao puma.
PITBULL TERRIER
Considerado um guerreiro, tem a agilidade dos terrier e a força dos Buldog, raça da qual descende.
STAFFORDSHIRE BULL TERRIER
Criado em Inglaterra no inicio do século passado, tem agilidade, físico poderoso e grande determinação.
TERRIER AMERICANO
É mais uma variante do Pitbull, tem características desportivas, de lealdade, vontade de agradar e orgulho.
TOSA INU
Criado no Japão, a raça foi registada em 1997. Ex-cão de luta, hoje de guarda, é paciente, audaz e corajoso.
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
ONTEM E HOJE
“Afinal, onde e quando começa a prática de infidelidade?”
Há 50 anos estava uma tia-avó minha a passar umas pacatas férias nas termas com o marido quando um cavalheiro se aproximou da mesa onde a senhora bordava tranquilamente, pediu licença para se sentar e desde logo lhe começou a deitar a escada com elogios e salamaleques. A senhora, bem à antiga portuguesa, terá levantado o sobrolho de espanto para logo o carregar de fúria, cortando as investidas pela raiz com a clássica frase: “Então o cavalheiro não sabe que sou casada?” Pergunta retórica à qual o afoito D. Juan respondeu: “Sei sim, minha senhora. E até lhe sei dizer onde é que o marido de vossa excelência se encontra agora”. Isto, enquanto escrevia no verso do seu cartão de visita a morada de uma casa de passe conhecida na região, o qual lhe entregou.
Reza a lenda que a minha tia-avó leu o cartão, frente e verso, e sem nunca perder a compostura, foi buscar uma vela e logo ali o queimou em frente ao cavalheiro atrevido e intrometido para que este percebesse com quantos paus se faz uma canoa.
Décadas mais tarde, já viúva, era ela quem relatava o episódio das termas, sempre com o olhar vivo que a caracterizava e um meio sorriso de ironia que tem atravessado várias gerações na minha família. Quando questionada sobre as conhecidas infidelidades do falecido, respondia com um leve encolher de ombros: “Nunca lhe quis dar o prazer de ele saber que eu sabia que ele me enganava”.
Esta história tem mais de 50 anos. Ou talvez mais de cinco mil. E não é antiga, é apenas intemporal. Quando mulheres não fazem exactamente o mesmo hoje, apesar de, aparentemente, apregoarem o contrário?
A infidelidade faz parte da vida. é como um gene; pode ou não nascer connosco. Daí que expressões como fidelidade canina ou fiel por natureza sejam tão populares. Quando os casamentos já duram há décadas e o marido ou a mulher se transformaram num parente próximo como tantas vezes sucede, encarar as infidelidades do parceiro pode ser mais violento do que ignorá-las?
Talvez sim.
Mesmo para quem defende a verdade como valor absoluto e fundamental para o bom entendimento de um casal, os contornos de um comportamento infiel quase nunca estão bem delineados. Afinal, onde e quando começa a prática de infidelidade? Se o marido tem amantes ocasionais com as quais se encontra fortuitamente em motéis e a mulher mantém uma extensa e íntima correspondência por e-mail com o primeiro namorado do liceu, com quem vai almoçar uma vez por mês e a quem dá uns fortuitos beijos no carro, quem é que está a trair mais o outro?
Entra aqui o principio apostólico do pecado por pensamentos, actos e omissões. Pensar repetidamente em cometer uma infidelidade pode constituir per si um comportamento infiel? A lógica da subjectividade vence sempre e é sempre onde podemos encontrar menos lógica. Gostamos de argumentar que há uma diferença entre o pensamento e a acção, mas o que é facto é que se nos apercebermos que a pessoa com quem vivemos tem outro alguém, ainda tal presença viva apenas do sonho e da imaginação, isso pode doer tanto como um acto de infidelidade consumado. E como nem todas as almas nasceram para pegar o touro de frente, é apenas humano que se queime o cartão de visita com um meio sorriso de ironia.
‘Margarida Rebelo Pinto’
Há 50 anos estava uma tia-avó minha a passar umas pacatas férias nas termas com o marido quando um cavalheiro se aproximou da mesa onde a senhora bordava tranquilamente, pediu licença para se sentar e desde logo lhe começou a deitar a escada com elogios e salamaleques. A senhora, bem à antiga portuguesa, terá levantado o sobrolho de espanto para logo o carregar de fúria, cortando as investidas pela raiz com a clássica frase: “Então o cavalheiro não sabe que sou casada?” Pergunta retórica à qual o afoito D. Juan respondeu: “Sei sim, minha senhora. E até lhe sei dizer onde é que o marido de vossa excelência se encontra agora”. Isto, enquanto escrevia no verso do seu cartão de visita a morada de uma casa de passe conhecida na região, o qual lhe entregou.
Reza a lenda que a minha tia-avó leu o cartão, frente e verso, e sem nunca perder a compostura, foi buscar uma vela e logo ali o queimou em frente ao cavalheiro atrevido e intrometido para que este percebesse com quantos paus se faz uma canoa.
Décadas mais tarde, já viúva, era ela quem relatava o episódio das termas, sempre com o olhar vivo que a caracterizava e um meio sorriso de ironia que tem atravessado várias gerações na minha família. Quando questionada sobre as conhecidas infidelidades do falecido, respondia com um leve encolher de ombros: “Nunca lhe quis dar o prazer de ele saber que eu sabia que ele me enganava”.
Esta história tem mais de 50 anos. Ou talvez mais de cinco mil. E não é antiga, é apenas intemporal. Quando mulheres não fazem exactamente o mesmo hoje, apesar de, aparentemente, apregoarem o contrário?
A infidelidade faz parte da vida. é como um gene; pode ou não nascer connosco. Daí que expressões como fidelidade canina ou fiel por natureza sejam tão populares. Quando os casamentos já duram há décadas e o marido ou a mulher se transformaram num parente próximo como tantas vezes sucede, encarar as infidelidades do parceiro pode ser mais violento do que ignorá-las?
Talvez sim.
Mesmo para quem defende a verdade como valor absoluto e fundamental para o bom entendimento de um casal, os contornos de um comportamento infiel quase nunca estão bem delineados. Afinal, onde e quando começa a prática de infidelidade? Se o marido tem amantes ocasionais com as quais se encontra fortuitamente em motéis e a mulher mantém uma extensa e íntima correspondência por e-mail com o primeiro namorado do liceu, com quem vai almoçar uma vez por mês e a quem dá uns fortuitos beijos no carro, quem é que está a trair mais o outro?
Entra aqui o principio apostólico do pecado por pensamentos, actos e omissões. Pensar repetidamente em cometer uma infidelidade pode constituir per si um comportamento infiel? A lógica da subjectividade vence sempre e é sempre onde podemos encontrar menos lógica. Gostamos de argumentar que há uma diferença entre o pensamento e a acção, mas o que é facto é que se nos apercebermos que a pessoa com quem vivemos tem outro alguém, ainda tal presença viva apenas do sonho e da imaginação, isso pode doer tanto como um acto de infidelidade consumado. E como nem todas as almas nasceram para pegar o touro de frente, é apenas humano que se queime o cartão de visita com um meio sorriso de ironia.
‘Margarida Rebelo Pinto’
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