sábado, 19 de fevereiro de 2011

Canção para uma voz


Ouvi agora a tua voz dentro dos fios
Não como voz mas como instrumento
Da velha música das pedras e dos rios
Da tua infância, memória no momento

Se a tua orquestra viesse nos jornais
A tua voz dominava o naipe criado
Entre as madeiras, cordas e metais
Ia a cantar melodias por todo o lado

Com os pianos e violas e concertinas
Num apoio à tua voz lá na sua altura
No coro do teu colégio das meninas
Na Beira Alta a memória à procura

Toda a força do timbre que resiste
No som da tua voz hoje telefonada
Vai encher de luz esta tarde triste
E o poema vai chegar à madrugada

In: Aspirina B

Nenhum comentário: