Ouvi agora a tua voz dentro dos fios
Não como voz mas como instrumento
Da velha música das pedras e dos rios
Da tua infância, memória no momento
Se a tua orquestra viesse nos jornais
A tua voz dominava o naipe criado
Entre as madeiras, cordas e metais
Ia a cantar melodias por todo o lado
Com os pianos e violas e concertinas
Num apoio à tua voz lá na sua altura
No coro do teu colégio das meninas
Na Beira Alta a memória à procura
Toda a força do timbre que resiste
No som da tua voz hoje telefonada
Vai encher de luz esta tarde triste
E o poema vai chegar à madrugada
In: Aspirina B
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