domingo, 16 de maio de 2010

Minha Ferrari

Estimados Amigos, do proprio autor recebi esta perola, que não posso deixar de divulgar.

Esclareço, de antemão, que não sou dono desse brinquedo chamado Ferrari, tampouco de algum outro próximo do glamour que representa essa indomável e bela máquina, a exemplo de marcas como mercedes, porsches, buggatis, lamborghinis e por aí vai.
Bonito, mas e daí? Sou mais o meu buggy da Fibravan, carinhosamente denominado de “minha ferrari”, discreto, não obstante sua cor avermelhada tradicional, inteiramente aprumado, uma jóia de raro brilho, que aguenta tudo, chega em alguns lugares que dificilmente tais luxuosos veículos conseguem, e com a vantagem de não correr risco de ser assaltado, seqüestrado ou coisa parecida.
Não há como tergiversar: ele consegue ser nostálgico, atual e ainda mantém um olho no futuro. E o som, nem se fala, tem àquela pegada romântica, estilo MPB, que fica na cabeça de quem ouve. Se não há hits de fácil deglutição, sobra ousadia na escolha do repertório.
Sou avesso aos que não conseguem ver o sucesso alheio sem sofrer as dores terríveis da inveja, do ciúme doentio, do despeito e da própria derrota. Por isso, feliz quem pode comprar a deslumbrante Ferrari 458 de 570 cavalos (no Brasil, com impostos, deve superar R$ 1,5 milhões), pena que ela deve ficar mais tempo dentro da garagem do que rodando, não só pela questão de segurança, como também pelo estado de nossas rodovias/ruas; uma vez que no primeiro buraco (cratera) não passa.
Recordo-me sempre de uma frase que ouvi e adoro: “Cuidado com seus desejos, eles podem se tornar realidade”. “Cacildis!”, como diria o saudoso trapalhão Mussum, não é que realizei este sonho de comprar o meu primeiro buggy, apesar a todos esconder esse segredo. Uma paixão, sim. Um vício que só me trouxe alegria ao tempo em que já possuí mais de cinco modelos diferentes.
Bem. Outro dia precisei fazer um pequeno reparo no seu pára-lama, fui orientado pela oficina para comprar o material numa loja especializada de tintas automotivas, onde o processo é feito de maneira computadorizada. Lá chegando, perguntei ao vendedor:
-Meu filho, você tem tinta vermelha para “minha ferrari”?
Sem titubear, respondeu-me:
-Claro, que sim! Agora, vai demorar um pouco senhor. Porque a cor é Fer-ra-ri!
-Tá bom, tá bom..., assim me manifestei.
Depois de um bom tempo com aqueles testes mirabolantes de fórmulas, o vendedor aprontou a tão propalada tinta, com ar de preocupação, e crente que eu fosse um afortunado da grana, veio o conselho para que procurasse um profissional qualificado para executar o serviço, pelo fato que se tratava de algo caro e idolatrado: “Ferrari!”.
Quando falei que o produto que acabara de comprar não era para uma Ferrari, e sim, para o meu estimado buggy, ele ficou surpreso e ao mesmo tempo satirizado. É pouco? Não acho. Então, meu amigo, mergulhe-se na vida, lambuze-se no amor e voe em seus sonhos de consumo para que um dia você possa ter uma “Ferrari” igual a minha.


LINCOLN CARTAXO DE LIRA

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