Já sabemos, há bastante tempo, que; atraímos para as nossas vidas pessoas que correspondam às nossas crenças internas, aquelas mais enraizadas em nosso subconsciente, ou seja, as que nem sempre ou não facilmente nos damos conta de que alimentamos e, principalmente, que agimos e fazemos escolhas nos baseando nelas.
Estou cada dia mais segura de que as relações que estabelecemos em cada fase das nossas vidas são atraídas e determinadas por nossas “verdades pessoais”, por aquilo que acreditamos ser consistente, coerente, aceitável. Até aí, parece muito fácil identificarmos, então, o que é que determina tais relações. Entretanto, tanto quanto estou certa a nossa crença é a nossa sentença, também estou certa de que é somente com muito auto-conhecimento, coragem e disponibilidade para decifrar os nossos mais profundos conceitos, que podemos conhecer as nossas crenças e transformá-las.
Geralmente (eu diria até que na maioria das vezes), bem pouco ou quase nada sabemos sobre as crenças que fomos absorvendo especialmente nos primeiros 20 anos das nossas vidas. Este é um tempo em que as pessoas mais próximas de nós sempre têm algo de si mesmas para nos “dar como verdade”, seja através de palavras ou de atitudes. Assim, absorvemos delas, o que não necessariamente é verdadeiro para nós.
Somente a partir do momento em que nos reconhecemos como adultos e inteiramente responsáveis por nossas próprias vidas (sem ficar culpando pai, mãe, destino, condição social, física ou financeira ou quem quer que seja por nossos fracassos) é que podemos encarar este amontoado de crenças e, definitivamente começar a botar fora o que não nos serve de nada, adequar aquilo que nos convém e assumir inteiramente aquilo em que realmente acreditamos. Neste momento podemos escolher conscientemente, propositadamente, as nossas crenças e, assim, decidir a nossa sentença.
Não basta afirmar e reafirmar, o tempo todo, indiscriminadamente, que; você quer encontrar uma pessoa para compartilhar a sua vida; que você deseja que o seu casamento dê certo; que tudo o que você mais quer é ser feliz no amor se, de verdade, contundentemente, você não acredita nesta possibilidade. Talvez você ache que acredita; talvez você até queira mesmo acreditar; mas é preciso mais do que “achar” ou “querer”; é preciso transformar as suas crenças internas. Decifrá-las, reconhecê-las, admiti-las como suas e, através de um trabalho profundo e dedicado, “vomitá-las” enquanto venenos e reabsorvê-las como crenças positivas, que levem ao sucesso, à realização e à certeza absoluta de que é possível conquistar o que você deseja.
Como fazer isso? Eu gostaria muito de lhe dizer que é fácil, mas não posso; estaria mentindo. Mas posso dizer que é totalmente possível, o que talvez já seja mais do que você acredita. Você precisa iniciar um processo de auto-observação durante o máximo de tempo que conseguir. Precisa fazer isso com o coração aberto: sem se criticar nem se defender. No se culpe e nem se absolva, apenas se observe, por exemplo: O que você realmente pensa (aquela parte mais dentro de você que você consegue ouvir) quando alguém lhe conta sobre uma relação que está dando super certo? Pensa: “nossa, que legal, tomara que continue assim e que eles sejam cada dia mais felizes...” ou “até prece!!! Nenhuma relação dá tão certo assim... ele só pode estar exagerando ou inventando...”?!? Ou ainda, o que você pensa quando alguém lhe diz que muitos homens querem assumir um compromisso e que muitas mulheres não são interesseiras? Pensa: “que bom que existem pessoas disponíveis e bem intencionadas!” ou “ah, ta... e eu sou o papai-noel...”?!? Este é um bom começo para você saber em quê realmente acredita. Porque aquela voz que você ouve bem baixinho, com som abafado, falando coisas o tempo todo dentro de você, mas que você geralmente maquia, mascara, reformula e expressa de um outro jeito, é a que melhor decifra as suas verdadeiras crenças... Preste atenção, pense nisso!!!
E saiba: o tipo de amor que você atrai é justamente aquele que corresponde com as suas crenças internas. Ou seja, o amor no qual você acredita é o amor que você terá!
‘Brígida Brito’
segunda-feira, 12 de abril de 2010
A MAIÊUTICA DO COTIDIANO
Maiêutica é um método criado por Sócrates com o objetivo de separar a verdade da aparência. Utilizando o raciocínio indutivo – que parte do particular para o geral – serve-se da indagação sistemática que permite a pessoa questionada atingir o conhecimento, por si mesma. É um processo que faz o homem parir idéias. Tal temática é desenvolvida no livro “Teeteto”, de Platão.
Num quotidiano marcado pela imediatidade, pelo efêmero, pela individualidade, pela representação e prelo espetáculo é possível que algumas pessoas associem a Academia de Platão a um local destinado a práticas desportivas para o adestramento do corpo. Numa temerosa analogia ouso afirmar que, quem assim pensa, não está totalmente errado. A Academia platônica também se destinava a um tipo de treinamento, o do espírito.
Neste inicio de milênio, a ciência dessacraliza arraigadas concepções religiosas, rompe com dogmas e introjeta novas formas de pensar e de agir. Falar, em tal contexto, sobre a ironia socrática, a dialética platônica ou a metafísica aristotélica parece ser um exercício para aqueles que, mesmo não tendo sapatos de anjo,insistem em andar nas nuvens.
‘Josinaldo Malaquias’
Num quotidiano marcado pela imediatidade, pelo efêmero, pela individualidade, pela representação e prelo espetáculo é possível que algumas pessoas associem a Academia de Platão a um local destinado a práticas desportivas para o adestramento do corpo. Numa temerosa analogia ouso afirmar que, quem assim pensa, não está totalmente errado. A Academia platônica também se destinava a um tipo de treinamento, o do espírito.
Neste inicio de milênio, a ciência dessacraliza arraigadas concepções religiosas, rompe com dogmas e introjeta novas formas de pensar e de agir. Falar, em tal contexto, sobre a ironia socrática, a dialética platônica ou a metafísica aristotélica parece ser um exercício para aqueles que, mesmo não tendo sapatos de anjo,insistem em andar nas nuvens.
‘Josinaldo Malaquias’
sexta-feira, 9 de abril de 2010
A EVOLUÇÃO DA CARREIRA ESTÁ MAIS VELOZ DO QUE NUNCA
Experiência ou ousadia, o que pesa mais na balança quando se pensa no perfil dos executivos do topo organizacional? Há alguns anos, ninguém titubearia em cravar a primeira alternativa. No entanto, algo mudou no cenário e as posições mais seniores deixaram de ser privilégio dos profissionais grisalhos.
Uma nova geração está conquistando postos mais cedo do que a linhagem anterior, comandando equipes formadas por pessoas que, muitas vezes, já estavam na estrada antes mesmo do nascimento de seu líder. O que mudou?
A evolução tecnológica e a rapidez na troca de informações concorrem para a aceleração dos processos e impactam a evolução da carreira.
Em geral, os brasileiros, ao contrario da maioria dos europeus, ingressam no mercado de trabalho muito jovens e, aos trinta anos, acumulam cerca de uma década de experiência. No passado, era normal esperar 25 a 30 anos para alcançar uma posição de diretor-presidente. Hoje é possível fazer essa escalada em apenas 5 anos de atuação na empresa. Como as organizações estão mais simplificadas, com menos níveis hierárquicos, os profissionais têm maior chance de exposição. As companhias também estão focadas mais na competência do que no fator idade.
O que se espera de um presidente ou diretor de empresa?
Liderança, capacidade de motivar e agregar pessoas, carisma, habilidade de adaptação e outras culturas, compreensão do ambiente global e abertura para o novo.
O desafio atual é transformar inteligência em estratégia e informação em conhecimento.
‘Rocha & Coelho’
Uma nova geração está conquistando postos mais cedo do que a linhagem anterior, comandando equipes formadas por pessoas que, muitas vezes, já estavam na estrada antes mesmo do nascimento de seu líder. O que mudou?
A evolução tecnológica e a rapidez na troca de informações concorrem para a aceleração dos processos e impactam a evolução da carreira.
Em geral, os brasileiros, ao contrario da maioria dos europeus, ingressam no mercado de trabalho muito jovens e, aos trinta anos, acumulam cerca de uma década de experiência. No passado, era normal esperar 25 a 30 anos para alcançar uma posição de diretor-presidente. Hoje é possível fazer essa escalada em apenas 5 anos de atuação na empresa. Como as organizações estão mais simplificadas, com menos níveis hierárquicos, os profissionais têm maior chance de exposição. As companhias também estão focadas mais na competência do que no fator idade.
O que se espera de um presidente ou diretor de empresa?
Liderança, capacidade de motivar e agregar pessoas, carisma, habilidade de adaptação e outras culturas, compreensão do ambiente global e abertura para o novo.
O desafio atual é transformar inteligência em estratégia e informação em conhecimento.
‘Rocha & Coelho’
A GENIALIDADE DE CLARICE LISPECTOR
Não te amo mais.
Estarei mentindo se disser que
Ainda te quero como sempre quis.
Tenho certeza de que
Nada foi em vão.
Sei dentro de mim que
Você não significa nada.
Não poderia dizer nunca que
Alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
EU TE AMO!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade:
É tarde demais...
OBS.: -" Agora leia de baixo para cima.. Pura arte... Pura genialidade."
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Caminhos para o clima
Por Fábio de Castro
Agência FAPESP – Cientistas brasileiros e britânicos discutiram por meio de videoconferência, possibilidades de cooperação entre instituições dos dois países para desenvolvimento de estudos e programas de pesquisa conjuntos na área de geoengenharia, que inclui diversos métodos de intervenção de larga escala no sistema climático do planeta, com a finalidade de moderar o aquecimento global.
O “Café Scientifique: Encontro Brasileiro-Britânico sobre Geoengenharia”, promovido pelo British Council, Royal Society e FAPESP, foi realizado nas sedes do British Council em São Paulo e em Londres, na Inglaterra.
O ponto de partida para a discussão foi o relatório Geoengenharia para o clima: Ciência, governança e incerteza, apresentado pelo professor John Shepherd, da Royal Society. Em seguida, Luiz Gylvan Meira Filho, pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP), apresentou um breve panorama da geoengenharia no Brasil.
A FAPESP foi representada pelo coordenador executivo do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais, Carlos Afonso Nobre, pesquisador do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
De acordo com Nobre, a reunião serviu para um contato inicial entre os cientistas dos dois países. “A reunião teve um caráter exploratório, já que o próprio conceito de geoengenharia ainda não foi definido com precisão. O objetivo principal era avaliar o interesse das duas partes em iniciar alguma pesquisa conjunta nessa área e expor potenciais contribuições que cada um pode dar nesse sentido”, disse Nobre à Agência FAPESP.
Segundo Nobre, a geoengenharia é um conjunto de possibilidades de intervenção dividido em dois métodos bastante distintos: o manejo de radiação solar e a remoção de dióxido de carbono. Durante a reunião, os brasileiros deixaram claro que têm interesse apenas na segunda vertente.
O manejo de radiação solar, de acordo com o relatório britânico, inclui técnicas capazes de refletir a luz do Sol a fim de diminuir o aquecimento global, como a instalação de espelhos no espaço, o uso de aerossóis estratosféricos – com aplicação de sulfatos, por exemplo –, reforço do albedo das nuvens e incremento do albedo da superfície terrestre, com instalação de telhados brancos nas edificações.
A remoção de dióxido de carbono, por outro lado, inclui metodologias de captura do carbono da atmosfera – ou “árvores artificiais” –, geração de carbono por pirólise de biomassa, sequestro de carbono por meio de bioenergia, fertilização do oceano e armazenamento de carbono no solo ou nos oceanos.
A principal diferença entre as duas vertentes é que os métodos de manejo de radiação solar funcionam com mais rapidez, em prazos de um ou dois anos, enquanto os métodos de remoção de gás carbônico levam várias décadas para surtirem efeito.
Sem plano B
O relatório avaliou todas as técnicas segundo eficácia, prazo de funcionamento, segurança e custo. Seria preciso ainda estudar os impactos sociais, politicos e éticos, de acordo com os cientistas britânicos.
Nobre aponta que o Brasil teria interesse em contribuir com estudos relacionados à vertente da remoção de dióxido de carbono, que seria coerente com o estágio avançado das pesquisas já realizadas no país em áreas como bioenergia e métodos de captura de carbono.
“Sou muito cético em relação ao manejo de energia de radiação solar. A implementação dessas técnicas é rápida, mas, quando esses dispositivos forem desativados – o que ocorrerá inevitavelmente, já que não é sustentável mantê-los por vários milênios –, a situação do clima voltará rapidamente ao cenário anterior. Seria preciso, necessariamente, reduzir rapidamente a causa das mudanças climáticas, que são as emissões de gases de efeito estufa”, disse Nobre.
De acordo com ele, as técnicas de manejo de energia solar são vistas, em geral, como um “plano B”, em caso de iminência de um desastre climático de grandes consequências. Ou seja, seriam acionadas emergencialmente quando os sistemas climáticos estivessem atingindo pontos de saturação que provocariam mudanças irreversíveis – os chamados tipping points.
“Mas o problema é que vários tipping points foram atingidos e já não há mais plano B. O derretimento do gelo do Ártico, por exemplo, de acordo com 80% dos glaciologistas, atingiu o ponto de saturação. Em algumas décadas, no verão, ali não haverá mais gelo. Não podemos criar a ilusão de que é possível acionar um plano B. Não há sistemas de governança capazes de definir o momento de lançar essas alternativas”, disse.
A vertente da remoção do dióxido de carbono, por outro lado, deverá ser amplamente estudada, de acordo com Nobre. “Essa vertente segue a linha lógica do restabelecimento da qualidade atmosférica. O princípio é fazer a concentração dos gases voltar a um estado de equilíbrio no qual o planeta se manteve por pelo menos 1 ou 2 milhões de anos.”
Ainda assim, essas soluções de engenharia climáticas devem ser encaradas com cuidado. “A natureza é muito complexa e as soluções de engenharia não são fáceis, especialmente em escala global. Acho que vale a pena estudar as várias técnicas de remoção de gás carbônico e definir quais delas têm potencial – mas sempre lembrando que são processos lentos que vão levar décadas ou séculos. Nada elimina a necessidade de reduzir emissões”, disse Nobre.
Agência FAPESP – Cientistas brasileiros e britânicos discutiram por meio de videoconferência, possibilidades de cooperação entre instituições dos dois países para desenvolvimento de estudos e programas de pesquisa conjuntos na área de geoengenharia, que inclui diversos métodos de intervenção de larga escala no sistema climático do planeta, com a finalidade de moderar o aquecimento global.
O “Café Scientifique: Encontro Brasileiro-Britânico sobre Geoengenharia”, promovido pelo British Council, Royal Society e FAPESP, foi realizado nas sedes do British Council em São Paulo e em Londres, na Inglaterra.
O ponto de partida para a discussão foi o relatório Geoengenharia para o clima: Ciência, governança e incerteza, apresentado pelo professor John Shepherd, da Royal Society. Em seguida, Luiz Gylvan Meira Filho, pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP), apresentou um breve panorama da geoengenharia no Brasil.
A FAPESP foi representada pelo coordenador executivo do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais, Carlos Afonso Nobre, pesquisador do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
De acordo com Nobre, a reunião serviu para um contato inicial entre os cientistas dos dois países. “A reunião teve um caráter exploratório, já que o próprio conceito de geoengenharia ainda não foi definido com precisão. O objetivo principal era avaliar o interesse das duas partes em iniciar alguma pesquisa conjunta nessa área e expor potenciais contribuições que cada um pode dar nesse sentido”, disse Nobre à Agência FAPESP.
Segundo Nobre, a geoengenharia é um conjunto de possibilidades de intervenção dividido em dois métodos bastante distintos: o manejo de radiação solar e a remoção de dióxido de carbono. Durante a reunião, os brasileiros deixaram claro que têm interesse apenas na segunda vertente.
O manejo de radiação solar, de acordo com o relatório britânico, inclui técnicas capazes de refletir a luz do Sol a fim de diminuir o aquecimento global, como a instalação de espelhos no espaço, o uso de aerossóis estratosféricos – com aplicação de sulfatos, por exemplo –, reforço do albedo das nuvens e incremento do albedo da superfície terrestre, com instalação de telhados brancos nas edificações.
A remoção de dióxido de carbono, por outro lado, inclui metodologias de captura do carbono da atmosfera – ou “árvores artificiais” –, geração de carbono por pirólise de biomassa, sequestro de carbono por meio de bioenergia, fertilização do oceano e armazenamento de carbono no solo ou nos oceanos.
A principal diferença entre as duas vertentes é que os métodos de manejo de radiação solar funcionam com mais rapidez, em prazos de um ou dois anos, enquanto os métodos de remoção de gás carbônico levam várias décadas para surtirem efeito.
Sem plano B
O relatório avaliou todas as técnicas segundo eficácia, prazo de funcionamento, segurança e custo. Seria preciso ainda estudar os impactos sociais, politicos e éticos, de acordo com os cientistas britânicos.
Nobre aponta que o Brasil teria interesse em contribuir com estudos relacionados à vertente da remoção de dióxido de carbono, que seria coerente com o estágio avançado das pesquisas já realizadas no país em áreas como bioenergia e métodos de captura de carbono.
“Sou muito cético em relação ao manejo de energia de radiação solar. A implementação dessas técnicas é rápida, mas, quando esses dispositivos forem desativados – o que ocorrerá inevitavelmente, já que não é sustentável mantê-los por vários milênios –, a situação do clima voltará rapidamente ao cenário anterior. Seria preciso, necessariamente, reduzir rapidamente a causa das mudanças climáticas, que são as emissões de gases de efeito estufa”, disse Nobre.
De acordo com ele, as técnicas de manejo de energia solar são vistas, em geral, como um “plano B”, em caso de iminência de um desastre climático de grandes consequências. Ou seja, seriam acionadas emergencialmente quando os sistemas climáticos estivessem atingindo pontos de saturação que provocariam mudanças irreversíveis – os chamados tipping points.
“Mas o problema é que vários tipping points foram atingidos e já não há mais plano B. O derretimento do gelo do Ártico, por exemplo, de acordo com 80% dos glaciologistas, atingiu o ponto de saturação. Em algumas décadas, no verão, ali não haverá mais gelo. Não podemos criar a ilusão de que é possível acionar um plano B. Não há sistemas de governança capazes de definir o momento de lançar essas alternativas”, disse.
A vertente da remoção do dióxido de carbono, por outro lado, deverá ser amplamente estudada, de acordo com Nobre. “Essa vertente segue a linha lógica do restabelecimento da qualidade atmosférica. O princípio é fazer a concentração dos gases voltar a um estado de equilíbrio no qual o planeta se manteve por pelo menos 1 ou 2 milhões de anos.”
Ainda assim, essas soluções de engenharia climáticas devem ser encaradas com cuidado. “A natureza é muito complexa e as soluções de engenharia não são fáceis, especialmente em escala global. Acho que vale a pena estudar as várias técnicas de remoção de gás carbônico e definir quais delas têm potencial – mas sempre lembrando que são processos lentos que vão levar décadas ou séculos. Nada elimina a necessidade de reduzir emissões”, disse Nobre.
Cretáceo preservado
Agência FAPESP – Um grupo internacional de pesquisadores anunciou a descoberta de insetos mortos há cerca de 95 milhões de anos. Por terem sido preservados em âmbar, os insetos estão notadamente bem preservados.
Os cientistas também encontraram diversas espécies de plantas. Juntos, os fósseis ajudam a reconstruir a diversidade e a composição de ecossistemas do período Cretáceo. A descoberta foi publicada no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
O âmbar, resina fóssil produzida por árvores, tem grande importância paleontológica, uma vez que é capaz de preservar uma diversa gama de organismos e vestígios remanescentes de habitats pré-históricos.
Os cientistas encontraram âmbar contendo diversas espécies de aranhas, formigas, vespas e outros insetos. Os fósseis foram descobertos na região de Debre Libanos, no noroeste da Etiópia.
Foram encontrados 30 espécimes preservados em nove peças. Segundo os autores do estudo, os fósseis cobrem uma “diversidade impressiva”, que inclui as ordens Acari e Araneae de aracnídeos e pelo menos 13 famílias de Hexapoda (artrópodes com três pares de pernas), das ordens Collembola, Psocoptera, Hemiptera, Thysanoptera, Zoraptera, Lepidoptera, Coleoptera, Diptera e Hymenoptera.
Segundo os pesquisadores, os registros em âmbar são os mais antigos do tipo já encontrados e “constituem descobertas importantes para compreender melhor as origens temporais e geográficas dessas linhagens”.
“Junto com as inclusões microscópicas possíveis de serem observadas, os achados revelam as interações de plantas, fungos e artrópodes durante um período de grandes mudanças nos ecossistemas terrestres, que foram causadas pela propagação inicial das angiospermas”, destacaram.
O artigo Cretaceous African life captured in amber (doi/10.1073/pnas.1000948107), de Alexander Schmidt e outros, poderá ser lido em breve na PNAS em www.pnas.org.
Os cientistas também encontraram diversas espécies de plantas. Juntos, os fósseis ajudam a reconstruir a diversidade e a composição de ecossistemas do período Cretáceo. A descoberta foi publicada no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
O âmbar, resina fóssil produzida por árvores, tem grande importância paleontológica, uma vez que é capaz de preservar uma diversa gama de organismos e vestígios remanescentes de habitats pré-históricos.
Os cientistas encontraram âmbar contendo diversas espécies de aranhas, formigas, vespas e outros insetos. Os fósseis foram descobertos na região de Debre Libanos, no noroeste da Etiópia.
Foram encontrados 30 espécimes preservados em nove peças. Segundo os autores do estudo, os fósseis cobrem uma “diversidade impressiva”, que inclui as ordens Acari e Araneae de aracnídeos e pelo menos 13 famílias de Hexapoda (artrópodes com três pares de pernas), das ordens Collembola, Psocoptera, Hemiptera, Thysanoptera, Zoraptera, Lepidoptera, Coleoptera, Diptera e Hymenoptera.
Segundo os pesquisadores, os registros em âmbar são os mais antigos do tipo já encontrados e “constituem descobertas importantes para compreender melhor as origens temporais e geográficas dessas linhagens”.
“Junto com as inclusões microscópicas possíveis de serem observadas, os achados revelam as interações de plantas, fungos e artrópodes durante um período de grandes mudanças nos ecossistemas terrestres, que foram causadas pela propagação inicial das angiospermas”, destacaram.
O artigo Cretaceous African life captured in amber (doi/10.1073/pnas.1000948107), de Alexander Schmidt e outros, poderá ser lido em breve na PNAS em www.pnas.org.
segunda-feira, 5 de abril de 2010
“BULLYING” – CADÊ OS PAIS?

“VIOLÊNCIA sem o fortalecimento da estrutura familiar não há saída para o impasse nas escolas”
A mídia tem alertado a população a respeito do fenômeno da violência nas escolas, designado pelo que os norte-americanos chamam pelo nome de “Bullying”. O que fazer para superar a violência nas escolas? Ninguém tem uma solução imediata para o grave problema. No entanto precisamos discernir e decidir, propondo medidas concretas, emergenciais. O bom senso, proveniente da experiência humanitária e cristã apontam para os pais de família. Ambos, pai e mãe devem ser envolvidos no planejamento formativo dos seus filhos! Sabemos bem que muitas famílias não apresentam as mínimas condições para tal. Por outro lado, sem o fortalecimento da estrutura familiar não á saída para o impasse da violência nas escolas ou em qualquer outro espaço de convivência humana. Crianças e adolescentes devem ser continuamente orientados. Se muitas famílias não oferecem condições para criar os seus próprios filhos que vivem livres e soltos por aí, as coisas só vão piorar.
Como seria possível aos diretores e professores darem contas do grave problema da formação dos filhos dos outros, se nem em casa a mãe, desmoralizada, consegue? Sim ou não? A verdade é que abusos e agressões têm origem na própria casa. A falta de condições, com um mínimo de garantias para a convivência familiar sadia, gera uma infinidade de problemas sociais. Não me refiro somente à miséria material e sim à miséria moral. Faltam valores referenciais. Desde a abolição da escravatura faltou ao povo brasileiro, a garantia de capacitação e postos de trabalho condignos. O problema da falta de formação é crônico e estrutural. Sem educação, sem o desenvolvimento dos pais, criamos filhos que em pouco tempo crescem e se tornam agressivos. Identificam-se com as ‘galeras’ que os alicia e lhes condicionam impondo códigos de comportamento da moda. Ou então são aliciados por ‘gangs’, ligadas aos chamados de ‘menores infratores’, por sua vez escravos de bandidos traficantes. As nossas crianças se transformam em pouco tempo nos nossos próprios algozes.
A essa altura dos acontecimentos quem acha que é possível arranjar alguma solução para a violência nas escolas? Os índices terríveis de violência crescente ns escolas estão aí. Sobra insulto verbal e físico para todo o mundo. Professores agredidos, ameaçados de morte por alunos, armados, drogados. Pais impotentes, desmoralizados, sofrem todo o tipo de represálias dos filhos. Colegas ofendidos em sala de aula, acossados por agravos físicos e morais pelos pátios, ameaçados de morte, também. Dentro e fora da escola, o clima é violento, ameaçador. Políticas públicas repressivas seriam improvisações que, além de não durar, são remendos piores. Nada de duradouro e verdadeiro se improvisa.
Como organizar um conjunto de políticas consistentes que formem a criança e o adolescente? Esperar por quem? Somente pelos gestores? Como fica o envolvimento da família? O espaço adequado para as crianças e adolescentes se desenvolverem como gente é a família. Sem o referencial familiar nossos filhos se animalizam pelo que assimilam de errado, com gente errada. O afeto e a segurança são fundamentais para o aprendizado e habilidades da criança e para o adolescente em fases de desenvolvimento e transformação. A família deve se integrar à escola! Encontramos em ambas o eixo referencial indispensável para o desenvolvimento humano. A formação moral, o amor ao próximo, o respeito aos outros, enfim o elemento ético, moral entra na composição do aprendizado.
A criança e o adolescente devem ser orientados, tendo percepção das contradições da vida, formando a consciência dos próprios limites que devem ser, também, respeitados no convívio social e assim por diante. A formação da consciência se integra à liberdade usada, pois, com responsabilidade.
‘Dom Aldo Pagotto’
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