quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Uma viagem no que já foi a minha “terra” – aeroporto imaginário


Por razões pessoais e algumas felizmente poucas profissionais, tive muito recentemente, e embora contrariado atendendo a época invernal do ano, diga-se, que me deslocar a Portugal, local que não visitava a cerca de 2 anos, e que pude constatar continuar tão ou mais ainda mal frequentado do que a quando da minha ultima passagem pelo retângulo luso.
Chegado ao aeroporto, dito internacional, da Portela de Sacavem, e se ainda o apelido com essa denominação, é porque acho que ainda não lhe mudaram o nome como fizeram a tantas e tantas outras coisas e locais que pude ir verificando, meio embaralhado e até mesmo aparvalhado, o quão diferentes estão no tempo e no modo.
Portugal não se aportuguesou, mas sim se aburguesou e prostituiu a tudo aquilo que os predestinados proxenetas da Europa entendem aqui colocar, sem que para tal uma só voz se levante para contrariar a dominação dos estranjas. Veja-se que já nem o Algarve se denomina de Algarve, mas o chamam já de outra coisa inglesada para tentar vender a imagem... e só ainda não tem nada que ver com a nobre palavra “merda” porque poderia ofender os nobres cheiros do Tamisa... muito embora a qualidade da região esteja a cair a olhos vistos...
Mas dizia eu, que chegado ao tal dito cujo aeroporto, repito, também dito de internacional, e após cerca de 8 horas seguidas de voo, eis que fui presenteado a chegada não com uma exibição dos pauliteiros de Miranda, ou um rancho  folclórico das Beiras, mas com uma verdadeira maratona de, e não querendo exagerar, uns bons 2 km, de labirínticos corredores até conseguir heroicamente chegar a zona de fronteira e recolha de bagagem. Digo eu, mas não posso esquecer os restantes companheiros de viagem a que nem sequer escaparam do suplicio os elementos da tripulação da TAP que por certo vão participar com muito êxito na próxima travessia do Tejo, tal o numero de vezes a que tem de se sujeitar a tamanha prova de esforço e gloria.
Não sei, e muito menos, me, interessa, saber o nome com que batizaram a criatura de quem terá sido a superior sumidade aparvalhada de desenhar uma aberração tamanha. Não duvido que tenha sido formada em uma qualquer universidade independente de vão de escada, é que só de locais desses podem sair obras com o arrojo de tamanha ineficiência social, que só pode levar a que milhares de turistas procurem a muito curto prazo outros locais para correrem maratonas menos dolorosas dentro de um edifício que se queria simples e o mais funcional possível.
Quem obviamente aprovou a construção, isso todos sabemos, e tem que ver com custos de metro cubico de betão, mas alvenaria, mais cabo elétrico, mais ar condicionado as centenas, mais... mais... da mesma roubalheira que já todos percebemos existir em quase cada esquina da sociedade portuguesa atual.
É um autentico fartar vilanagem!!!
Sacar enquanto podem...
Dizer ainda que os gastos com tamanha obra devem ter sido incomportáveis para o orçamento geral do Estado, e assim se pode verificar para onde esteve, e ainda esta, a ir o dinheiro dos impostos sacados aos portugueses, bem como para onde vai ter que ir o dinheiro a pagar a Comunidade Europeia que embarca nestas aventuras quixotescas, porque obviamente existem muitas empresas engajadas politicamente no Parlamento europeu e na Comissão Europeia, sempre interessadas em meter a colher nestas magnânimas obras.
Posto isto, e muito ainda poderia referir para já não falar nos custos de manutenção do local, bem como a energia que se gasta em cada hora de iluminação artificial e ar condicionado ligado para manter o labiríntico corredor com ar... para al[em da necessária limpeza, etc... Quanto a divulgação de Portugal e das suas ainda existentes belezas naturais nem um simples cartaz a anunciar as festas da Senhora da Agonia... ou o concerto da fadista nacional do momento no Coliseu de Lisboa ou no caixote da musica do Porto.
Coisas que só acontecem em Portugal, o tal País governado de e para as bananas, que ainda se continua a achar o centro do universo!
Na realidade para quem não vive em Portugal, inebriado pelo jogo de luzes a que fica exposto diariamente, e chegados aqui, percebemos que se trata de um simples terrinha cheia de gente com uma cara de susto, envelhecida precocemente, e entristecida, com os velhos sorrisos empenhados a alguns anos, e sem o mínimo de hipótese de serem recuperados.
Portugal é hoje sim o tal País triste do fado... do triste destino... de tudo o que os poetas foram escrevendo, e os fadistas cantando, querendo expulsar nos maus destinos.
Só que o raio do destino esta mesmo lá no Portugal que foram delapidando...
Que pobreza franciscana... uns quantos – poucos – com tanto, e todos os outros – muito mais do que muitos – sem rigorosamente nada!
Mas o tal nada – absolutamente nada – ainda esta para vir com a chegada do fim dos fundos comunitários e a exigência do pagamento da extensa fatura de décadas de abusos políticos, sociais e econômicos.
Quando chegamos a dita fronteira de entrada no espaço europeu, deparamos com solícitos funcionários que olham para os passaportes como autentico porco a olhar para um colar de perolas, confrontando a cara da foto tridimensional com a realidade visível a sua frente. Dão duas passadas nas folhas para lá, e mais umas três para cá, e devolvem o passaporte sem ao menos aplicar um simples carimbo de confirmação de entrada na tal Europa que dizem esta cada vez mais blindada a entrada de ilegais e outras criaturas que vivem saltando de sociedade em sociedade buscando o almejado paraíso nunca descoberto.
Nas realidade no que diz respeito a alguns turistas que comigo viajavam, pude verificar uma mais do que criteriosa aplicação das velhas leis do Reich, com apalpação, inquirição, e outras determinantes formas de compulsiva tentativa de fazer desistir o turista de uma estadia que se anunciava no mínimo agradável. Os que surgem a salto... todos sabemos quem quem são e quem facilita as suas entradas nas fronteiras. Não podem ser ingênuos a esse pontos meus Caros.
Será então que alguma alma caridosa me pode explicar, mesmo que muito devagarinho, para que eu apesar das minhas limitações tente entender, como alguém pode provar oficialmente que eu tenha chegado a Lisboa – Portugal – Europa, no dia 9 de Dezembro do ano da graça de 2010... bem que eu podia ter saído pela pista do aeroporto afora, e saltado a vedação lá para as bandas da praça do relógio, que lhes daria igual. Não existe registro nem a mínima garantia de que um tal de José da Silva tenha realmente aterrado em Lisboa no voo TP0156, e ali tenha efetivamente desembarcado.
De facto desembarquei, passei a fronteira de entrada, estive na Europa até ao dia 20, mas no meu passaporte ninguém pode provar que tal tenha acontecido, pois apenas existe registo de saída do Brasil e reentrada. Vai dai, quem sabe eu tenha cometido um lapso, e por mero engano não tenha apanhado um voo para Lisboa – Portugal e sim para Marte...
A minha duvida se acentua cada vez mais, depois de ter podido ver in-loco a sociedade de marcianos em que transformaram o País a que alguns ainda chamam de Portugal.
Será que viajei a Marte e a minha agencia de viagens não me avisou de nada!!!
“João Massapina”

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