quarta-feira, 28 de maio de 2008

A CONTRA INFORMAÇÃO DA RDP-AFRICA... Uma carta de Nuno Rebocho!

As mil e uma maneiras de transformar o jornalismo num autentico pântano cheio de esterco informativo e inconseqüente, e comprometido com os grandes grupos econômicos, e a política que gosta de comprar resultados em vez de os conquistar na lealdade da luta, do corpo a corpo político...
Em Portugal, no ano de 2008, século XXI, passados 34 anos da revolução que teve como uma das suas maiores bandeiras; a defesa da liberdade também na comunicação social esta a viver-se um momento muito negativo, especial, e triste, ao nível dessa mesma comunicação social. Depois de uma imensa marretada na legislação que defendia e; para além dos óbvios deveres dava também direitos aos profissionais de exercerem com total liberdade e dignidade a sua profissão, é agora cada vez mais visível um inegável atentado á liberdade de expressão dos jornalistas, uma vez que; a maioria dos: órgãos de comunicação social estão na mão de fortes grupos econômicos, que; vigiam, censuram e deturpam; de forma descarada, a saída de noticias que possam de alguma forma prejudicar os seus jogos sociais de bastidores, e, sobretudo; financeiros, e tudo isto de um modo felino, que corta a mais elementar liberdade de pensar e a independência que deveria nortear a profissão de jornalista. Uma velha e muito nobre arte que se efetivada em termos de cidadania, independência e rigor, serve simplesmente para divulgar a verdade.
Agora o que estava muito longe do meu pensamento, é que fosse possível para além da censura, criar factos, ou deturpar realidades inequívocas, para satisfazer grupos de pressão, que podem inclusivamente chegar ao ponto de tentar manipular, através da comunicação social, resultados eleitorais, e as decisões das próprias Comissões Eleitorais.
Chegou á minha mão, ontem mesmo, este lamento que anexo e divulgo pela sua importância na integra, do meu bom e velho amigo Nuno Rebocho, Jornalista que de uma forma digna, voluntariosa e poderei mesmo dizer triunfante, trabalha neste momento em terras de Cabo Verde.
Aquilo que me fez chegar, e que vos reproduzo, com a devida vênia, a ele próprio, Nuno Rebocho, autor, é algo que me deixa perplexo e deveras preocupado, com os; limites que estão a ser largamente ultrapassados. Ainda por cima, uma situação vivida pela RDP-Africa, uma instituição que devia mais do que muitas outras, pugnar por um total rigor e isenção, o que como se pode comprovar, de forma alguma aconteceu, nesta lamentável situação.
Será que o gestor governamental não terá um pingo de vergonha, de autorizar ou permitir, que a entidade que dirige, se sujeite a estas tristes figuras, ainda por cima em País ex-colônia nacional, e para a qual Portugal tem responsabilidades acrescidas?
Exigia-se um pouco mais de verdade, dignidade; isenção; e verticalidade, entre outros adjetivos, para que se pudesse cumprir na integram a função de total imparcialidade e máximo rigor, o que não faria mal nenhum, antes pelo contrário, e poderiam assim manter o bom nome da RDP-Africa; fora da lama... e do pântano onde chafurda tanta dita comunicação social que reputo de autentico “Esterco Nacional”, para não ter que lhe chamar em português corrente e correto; uma comunicação social de merda!!!

João Massapina

Eis o que me fez chegar Nuno Rebocho:

Estou triste, zangado, indignado, irritado, enojado. Aqui em Cabo Verde as pessoas olham para mim como se eu tivesse culpa do envolvimento da RDP-África numa jogada de miserável contra-informação que poderiam ter conseqüências gravíssimas para este país. E eu, ex-RDP, com a camisola RDP, sinto-me revoltado e honestamente penso no que fazer. O que se passou? A RDP-África deu a notícia de que as eleições em Santa Catarina de Santiago iam ser anuladas por existência de discrepância de números no escrutínio!!! Fonte de informação? Uma única: a Semana!!! Verdade dos factos? Zero de zero! Foi uma reles manobra de contra-informação, que passou por uma tentativa de assalto à Câmara de Santa Catarina, abortada por intervenção policial, com a injecção de dados falsos no site da Comissão Nacional de Eleições, tudo travado a tempo e horas, tudo identificado pela Polícia, tudo desmontado pela Procuradoria da Justiça, todos os protagonistas conhecidos e identificados pela polícia, tudo agora a seguir para as instâncias criminais. Acontece que a Semana, de que é sócio o primeiro ministro José Maria Neves, não sabia que a conspiração abortara e que dois irmãos de JMN (um deles com processo em tribunal por vigarização de emigrantes e falsificação de documentos e pedido de extradição feito pelo Brasil por envolvimento em tráfico de drogas – o julgamento esteve marcado para dia 12 e adiado porque Sua Excelência era candidato a vereador nas listas PAICV!!!) estavam implicados na golpaça. Tudo aconteceu na madrugada. A Semana foi apanhada na curva. E a RDP-África amplificou a jogada. Enfim, uma vergonha. Maior vergonha ainda: apesar de hoje tudo ser conhecido, tudo estar desmontado, a RDP-África ainda não repôs a verdade, ainda não deu o dito por não dito.
O que pretendia o PAICV? A anulação das eleições, que perdeu na Assomada, a terceira maior Câmara do país. Perdeu apesar de andar aos tiros (Matos Gêjé), ameaçar tudo e todos e outras tropelias. Perdeu como perdeu a Praia e Mindelo, e 12 das 22 Câmaras de Cabo Verde. A RDP-África uma vez mais surgiu como instrumento de poderes locais contra os próprios países e no total desrespeito pelos povos e pelo desrespeito do próprio interesse do povo português que a paga com as taxas… e ao serviço de um interesse conjuntural de um poder conjuntural, que nada paga (a não ser que haja quem na RDP-África tenha benesses do conjuntural Governo de Cabo Verde).
Sinto-me na necessidade de denunciar isto junto dos meus ex-companheiros de trabalho. De o denunciar junto de quem em Portugal possa ter voz. Tenho até à data travado protestos em Cabo Verde contra o infeliz trabalho da RDP-África. Mas mais uma miserável vergonha como esta e juro-vos que serei eu, ex-RDP, a estar na primeira linha de protesto e contestação contra a utilização da RDP-África por interesses não jornalísticos, violadores das regras democráticas, contrários à vontade dos povos e ao interesse do povo português que afinal o sustenta.
Tenham juízo e tenham vergonha

Nuno Rebocho

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